terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Infinito é realmente um dos deuses mais lindos e mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira


Como em todas as formaturas, na minha, da oitava série, tocou Legião. Eu vestia uma blusa azul e segurava nas mãos um discurso.

A canção foi esta aqui. Sempre que ouço-a, sou transportada para uma época quando eu era uma menina magrela e nerd, que não gostava de passar muito tempo longe de casa. E, por isso mesmo, é que sempre ouço-a quando sei que vou voltar para lá. Esta sensação figura entre minhas favoritas.É como voltar aos 14 tendo apenas que pegar um ônibus.

Por hora, é só aumentar o volume.

observação pertinente: esta letra é uma das minhas favoritas no mundo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A beleza

Uma idéia que persegue-me de perto, há muito tempo, é a de que todo ser vivo encanta-se com a beleza e quer sempre destruí-la. Não sei ainda se quer destruí-la porque está encantado ou se é de alguma forma orientado a destruir só o que considera belo. Ou ainda se o verdadeiro prazer vem em destruir o belo. Talvez seja tudo a mesma coisa. O fato é que se existe beleza, há risco. Sim, há sempre risco, no feio e no belo, mas falo aqui de risco verdadeiramente grande. E esse risco, invariavelmente termina em violência. Se é uma flor, quer-se apanhá-la; se é um fruto vistoso, quer-se comê-lo; se é uma cama arrumada, quer-se deitar sobre ela; se é um bolo, quer-se parti-lo; se é um espécime do sexo oposto (nem sempre, claro!) quer-se amá-lo. O amor e o sexo são grandes violências da beleza. Todo prazer me parece estar associado a algum tipo de violência e beleza desfeita. Ainda não encontrei provas do contrário...E essa é a grande mágica da natureza: construir o belo, para que ele seja atacado e com isso sobreviva.

Piadinhas

-Alô, George, o Ringo Starr?
-Não, Ringo foi Paul McCartney no correio.
-Para quem?
-Para John!
-John? Mas John não sabe Lennon!



Uma formiga resolveu dar uma festa dentro de um tubo de caneta Bic. O tema era Anos 70. Qual o nome do filme?
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In the pen dance day



Um esqueleto entra no bar e grita:
- Me vê uma cerveja bem gelada!... ... E um rodo!

Amigo secreto

O que eu vi foram várias árvores balançando ao lado de uma grande roda de pessoas. Ouvi uma canção num violão, vi dois pães e várias bolhas de sabão. Jujubas que brotavam e não acabavam nunca! Nunca. Uma almofada verde com um unicórnio e um travesseiro com Joel e Clementine no gelo. Um bom livro e belos quadros. Levei a massinha de modelar e umas alegrias. De repente, as tardes de domingo estavam lá de novo. E, à noite, percebi que o conhecimento da data da própria morte não é uma sensação que pode ser imaginada, só sentida.

Tempos de crise

Congestionamento na Rebouças. Ao lado do ônibus, um carro com dois adesivos: um superior "Este veículo pertence a Jesus" e um inferior "Vende-se".

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Sigur

Uma bela associação de música, imagem e vento.

Livro dos Conselhos

Deixa-te levar pela criança que foste.

domingo, 30 de novembro de 2008

(terríveis) Resultados parciais

Sobre as pessoas carentes que desenvolvem números acrobáticos quando o sinal fecha, 21 de 24 pessoas manifestaram sentimento de pena, principalmente se forem crianças, e chamaram atenção para o problema social envolvido no ato de dar esmola. As opiniões que diferiram estão abaixo transcritas:
- “ Penso que não dou dinheiro pra eles de jeito nenhum. Quase sempre eles erram durante a performance!”
- “ Penso: ‘olha a merda’!”
- “Acho uma chatice!”
- “Acho interessante”


Já a indagação de se os entrevistados sentiam-se agentes das mudanças climáticas resultou em 37% de respostas negativas, sendo que um terço desse número é constituído por pessoas que afirmaram nunca trocar o carro por transporte público. Um dos exemplos é de um Biólogo: “Não me sinto e não ligo pra isso”.

sábado, 29 de novembro de 2008

Rumo ao norte


Vamos comigo? Pegamos um trem, desses de almofadas de veludo, e vamos pra longe. Paramos numa cidadezinha de Minas que acharmos conveniente e tomamos um sorvete no coreto. Tiro uma foto de você sentado nas escadinhas, todo sem graça. Sentimos o vento e o pó. Você me abraça e a tarde cai. À noite, deitamos num gramado ainda morno e olhamos pro céu. E tudo fará sentido. Vamos comigo?

All I need

Phoda? Essa banda me parece algo mais que phoda...

Pra Desí

"Chega a parecer que quase tudo o que as pessoas fazem para ganhar a vida ou por prazer engorda, é imoral, ilegal ou, pior ainda, oncogênico." - by Robbins

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Bizarre love triangle

...

I feel fine and I feel good
I feel like I never should
Whenever I get this way, I just dont know what to say
Why cant we be ourselves like we were yesterday
Im not sure what this could mean
I dont think you're what you seem
I do admit to myself
That if I hurt someone else
Then we'd never see just what we're meant to be

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Les chansons d'amour


Canções de Amor para voltar ao mundo...Ou para deixá-lo de vez...

Esses tais sonhos

Acho que sofro de sonhos altamente realizáveis. Preciso de uma impossibilidade, um porquê que permita perder-me...Porque foi sempre assim que encontrei o que precisava.
Mais sorvete e menos sopa.

Prosa

O que vi foi fogo e rosas. Entreameados de preto e suor.Vi foi um balançar de almas, um balé de desejos, uma dança de vestígios. E os olhos passavam voando...Ou demoravam-se um pouco mais. Aqui ou lá? Que importa? Olhos são sempre olhos. Quis ter tinta de desenhar no que inexiste, ter mãos para alcançar o que atraía e assustava. Foi algo entre sublime e etéreo, mas de uma humanidade que doeu...Foi prosa.

Ai, meu coração....

ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Das milhares de razões pra gostar de Chico...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O de hoje, by Re

A idade


A idade traz mesmo a dita calma, a tranqüilidade frente às desgraças e incomensuráveis alegrias da vida. Aos vinte e três, a idade deu-me já a intolerância a muitas coisas, a tolerância a tantas outras e certos valores que sempre me foram tão improváveis. O mesmo que ocorria aos oito.

A observação é minha forma mais sincera de interagir.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tia Lena


E ela nem era minha tia. Ou era: tia-avó. Foi cirrose. Descobriram tarde demais e ela nunca soube. Teve quase três meses de "vida" depois daquilo...E nunca soube...Registro aqui que eu quero saber de tudo. Quero poder me entupir de sorvete, pegar carona por aí, rolar na tinta, doar todos os meus pertences pessoalmente, escrever mil cartas e dar mil telefonemas, tirar fotografias à rodo, dizer que amo mesmo todo mundo que eu amo. Não que eu não faça algumas dessas coisas, mas o gosto de fazer tendo a certeza de que será a última vez é algo que não se pode negar às pessoas. Passa-se a vida usando o maravilhoso clichê de que precisamos viver tudo como se fosse a última vez. E quando alguém realmente pode fazer isso, negam-lhe o direito. Não posso compreender.

Num desses natais, ela disse que o que queria mesmo era ter tido muitos filhos, pra ver a casa cheia. Mas ela nunca se casou nem teve namorado. Passou os últimos dias numa cama na casa onde viveu, bem ao lado da mãe, minha bisavó.


Ventava. Ela vestia uma blusa verde novinha que separara para sair. Tinha uma expressão de paz. Num domingo quente, às quatro horas da tarde, eu assisti um rapaz de uns vinte e quatro anos atirar pás e pás de terra sobre o caixão.


A morte me entorpece.

Sim!

Tudo é possível àquele que não crê.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Bichinhos de jardim


É, é meu tipo de humor...

Palavras

"Se a mim me mandassem dispor por ordem de precedência a caridade, a justiça e a bondade, daria o primeiro lugar à bondade, o segundo à justiça e o terceiro à caridade. Porque a bondade, por si só, já dispensa a justiça e a caridade, porque a justiça justa já contém em si caridade suficiente. A caridade é o que resta quando não há bondade nem justiça."

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Radiohead!!!!


Isto é o que é???Cruzes!!!!!Alguém quer comprar meu rim??Vendo com urgência!

Essa coisa do teatro


Pois é. Esssa coisa do teatro é um caso seríssimo. Talvez uns dos meus mais antigos amores. De certa forma dá vazão à criatividade que por vezes me sobra e por outras sufoca. Mas é algo muito além disso:descobri recentemente, que existe um oásis de sentimento logo ali. Um lugar onde as pessoas falam exatamente o que sentem, por mais que isso demore horas e doa muito, e onde é permitido chorar mesmo sem motivos. E é exatamente lá, naquela sala escura, onde encontrei meu mais novo lar. Eu sempre atuei em sonhos.

De como eu discurssaria


Steve Jobs

A musiquinha da noite

É esta aqui

domingo, 9 de novembro de 2008

Empírico

Dormir no chão, favorece o ânimo matinal.

Deixa que eu arrumo

Tenho mesmo um sério problema do qual decorrem tantos outros: mania de organização.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"E se você estivesse faminta, sem comer há três dias, e surgisse um sanduíche de pernil de quilômetros?"

Indelével

"Hoje você estará aqui amanhã. Amanhã você irá embora amanhã. Prefiro hoje."

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Três

"Temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza; temos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza."
Boaventura Souza Reis



"Aspiro a um absoluto e a um completo que não existem; preciso de tudo ou nada, e me debato todos os dias entre a fraqueza de meus meios e a imensidade de meus desejos. "
Tocqueville


"Enquanto não alcançares a verdade, não poderás corrigi-la. Porém, se a não corrigires, não a alcançarás. Entretanto, não te resignes."
Do Livro dos Conselhos

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

As barbáries do sangue

- Infecção urinária? Ah! Você não pode doar sangue,então.
- Mas eu já tomei os antibióticos durante o tempo certo. Não tenho mais sintomas.
- Há quanto tempo você terminou o antibiótico?
- Humm...Nove dias...
- Viu?Não pode! Os sintomas podem estar mascarados.Tem que esperar quinze dias.
- Ah, tá. Então,já que estou aqui, queria saber uma coisa.
- Diga.
- Por que é que pessoas que residiram em determinados locais, tais como Roraima, Amazonas, Rondônia, podem doar sangue somente após 6 anos da mudança?
- Porque elas podem ter malária.
- Mas isso não aparece na triagem do sangue?
- Não fazemos esse teste. Eles só fazem no sangue coletado lá no norte.
- Caramba! Quer dizer que alguém pode simplesmente vir até aqui e doar sangue com malária?
- Sim. Por isso que fazemos o questionário. Consideramos que as pessoas estão sendo honestas.
- Humm...A única prova de que o sangue não tem malária é a palavra da pessoa?
- Sim.



MEU DEUS!!!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Fatos sinceros

- Mãe, vocês podiam ter mais um filho, não? Ou adotar um...
- Eu bem que gostaria, mas sei pai não quer. Você sabe, ele nunca foi muito fã de crianças...

Só piorando

Acho que minha aparente desilusão com a vida acadêmica vem do meu julgamento acerca das coisas importantes. Compreendo os motivos que norteiam meu trabalho e que norteiam os que me rodeiam. Mas não consigo admitir uma favela, com pessoas vivendo em barracos de papelão e passando frio, logo ao lado da USP. Não consigo admitir um rio de imundície cortando a cidade-coração do país. Não consigo admitir caminhar pela Paulista procurando um cinema e ver crianças vendendo balas, portando sonhos mortos e destituídas do olhar aterrador dos que compreendem sua condição.


E tudo decorre daí. Muito valiosas são nossas pesquisas, mas se apenas continuarmos por fazê-las, o que será dos que têm menos? Recuso-me a adiar atitudes. Recuso-me a culpar a corrupção por tudo e não fazer nada. Não compreendo o permanecer nesta bolha tendo a consciência de que a vida de terceiros se esvai num mar de solidão e descaso.


E então vem minha intolerância à gente cuja maior preocupação é ler o artigo que fulano escreveu sobre a posição filogenética de tal espécie. Entendo que minha intolerância não vem do fato de quererem saber das novidades científicas, mas do caráter de exclusividade dele.


Como já disse aqui, tenho sérios problemas com a desumanidade. E eles só pioram.

"Se podes olhar,vê. Se podes ver, repara."

Mandela

"Não somos amados porque somos bons; somos bons porque somos amados."

domingo, 26 de outubro de 2008

Amores


Ah, os amores! Daqueles que te fazem querer morrer a perdê-los. Os mais frágeis e paradoxalmente fortes. Os amores que não se quer. Perigosos e destrutivos amores. Amores de canjica e vinho quente, de quinta-feira e de infância. Os distantes e os próximos, os ocultos e os óbvios. Amores de toda sorte habitando um só coração.

Dores e suspiros como notas de um piano florido.

Vinte e seis de outubro


Era uma terça-feira. Acho que aconteceu pela manhã. Copa de 1998. A cachorra do vizinho deu cria e os filhotes eram lindos. Havia um que era especial: todo "loiro", muito gorducho e tinha um dedo a mais na pata de trás. Entre um "mãe,deixa..." e outro, ficamos com ele. Roliço. Vai se chamar Roliço.

Minha irmã foi a encarregada de ser a dona dele. Que coisa estranha essa de ser dono de um animal!

Roliço sempre foi um cão sério e comedido. Só latia quando necessário. Sempre muito esperto, sabia que sair pelo portão aproveitando-se de um descuido, levava sempre ao rio. E ele adorava o rio. Teve alguns encontros não muito felizes com ouriços e uns 9 bernes ao todo. Uma vez saiu de casa e voltou só dois dias depois, sedento, todo machucado e sujo. Minha mãe disse que ele tinha uma amante. E tinha mesmo. Ela apareceu em casa e ficou rondando o portão. Minha mãe prendeu o Roliço. Não adiantou. Apaixonado, ele pulou a tela e foi-se embora com a pequena.

Mas Roliço sempre voltava. Sempre para alegria do Zidane (meu cachorro) que, mesmo apanhando ao tentar almoçar a comida do loiro, tinha um companheiro de escapulidas.

A minha vó gostava de dizer que Roliço era feio de doer. Eu nunca achei. Ele era até simpático, de médio porte na fase adulta e elegante em seu jeito atlético.

Eu não brincava muito com ele por medo de ser mordida como o Zidane. Mas era bom ouvir minha mãe gritando "Roliço!!Sai da porta!!".

Meu pai, assim que chegava em casa, ia direto ao armário de onde tirava um saco de pães e deleitava-se atirando um pra cada cão.

Ainda lembro do meu irmão rolando com ele no gramado, primeiro de propósito, e depois porque Roliço ficava tão feliz que não deixava mais ele levantar.

Era todo engraçadinho...Bastava falar com ele em tom amigável que já deitava de costas e estirava as quatro patas, pedindo um carinho na barriga.


É. Hoje minha mãe ligou pra contar que ele morreu. Um carro bateu na cabeça dele. Já foi sepultado. Estão todos tristes. Dez anos é muita coisa. Espero que ele tenha sido feliz. Acho que foi.

sábado, 25 de outubro de 2008

O Caderno de Saramago

Têm alma os verdugos?

Uma alma que fosse posssível considerar responsável por todo e qualquer acto cometido teria de levar-nos, forçosamente, a reconhecer a total inocência do corpo, reduzido a ser o instrumento passivo de uma vontade, de um querer, de um desejar não especificamente localizáveis nesse mesmo corpo. A mão, em estado de repouso, com os seus ossos, nervos e tendões, está pronta para cumprir no instante seguinte a ordem que lhe for dada e de que em si mesma não é responsável, seja para oferecer uma flor ou para apagar um cigarro na pele de alguém. Por outro lado, atribuir, a priori, a responsabilidade de todas as nossas acções a uma identidade imaterial, a alma, que, através da consciência, seria, ao mesmo tempo, juiz dessas acções, conduzir-nos-ia a um círculo vicioso em que a sentença final teria de ser a inimputabilidade. Sim, admitamos que a alma é responsável, porém, onde é que está a alma para que possamos pôr-lhe as algemas e levá-la ao tribunal? Sim, está demonstrado que o martelo que destroçou o crânio desta pessoa foi manejado por esta mão, contudo, se a mão que matou fosse a mesma que, tão inconsciente de uma coisa como da outra, tivesse simplesmente oferecido uma flor, como poderíamos incriminá-la? A flor absolve o martelo?

Leia o texto todo aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um teto para meu país



O que é

Para quem é

De como ocupei meu tempo e minha alma

É como se eu tivesse voltado de uma longa caminhada. Sinto-me cansada. Mas de alguma forma, dessas maneiras mágicas pelas quais as coisas acontecem, sinto-me viva a ponto de voar.Meus olhos estão mais abertos que de costume e meus pensamentos mais claros. Essas nuvens aqui não são de chuva. E se forem, são dessas que refrescam as mornas noites de verão. Eu estou voltando...

Into the wild....Again and again...


"A felicidade só é verdadeira quando partilhada."

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O sonho

Por volta dos 9 anos, criei um sonho. Eu quis levar uma dessas famílias que vivem na rua pra casa, dar-lhes banho, roupas limpas, alimento e uma cama quente. Só a idéia já fazia com que eu sentisse um frio na barriga de felicidade. Por anos, eu teria trocado qualquer coisa por poder fazer isso.Hoje eu lembrei do sonho e resolvi fazer algo a respeito.

Das formas de salvar o mundo



Acredito mesmo que salva-se o mundo (de uma forma real e não ingênua) por meio de pequenas coisas:
- lecionar meio ambiente pra sexta série
- reciclar o lixo
- levantar para o passageiro da janela sair ou sentar
- falar bom dia
- parar na faixa de pedestres
- doar livros
- pagar um sorvete
- reclamar do mau humor do cobrador com ele mesmo
- fazer poemas
- espalhar os poemas pelos muros e postes
- vestir uma meia de cada cor (em cada pé...ou não...)

E das pequenas coisas, fazem-se as grandes. Mesmo que não seja você.Mesmo que seja o cobrador ou alguém que leu o poema. O que não o isenta de fazer as coisas grandes. Na verdade, cada um faz o que pode. O que questiono é o não fazer nada, o prender-se numa bolha e colocar-se acima da podridão, como se o único banhado fosse você.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dúvida

"Você é uma tirana"

"Faz o tipo dominadora, quer se meter em tudo..."

E se a cega for eu?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vazio


A ausência é uma grande violência. A cada dia esta idéia toma novas proporções. Acho que morrerei disso...De intolerância à dor da ausência tua.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008


Yeah...


Cada não-vinda é uma perda. É alguma coisa que não controlo e, por isso, destruo. Cada ausência é um menos querer que ofende e sentencia a uma solidão sem fim. Não há culpados. É só um deixar levar-se, como faria um pedrisco num rio...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Centro de massa

- Quer dizer que se eu segurar meus pés de modo a formar um anel com meu próprio corpo, meu centro de massa muda??Que bizarro!!

- Bizarro é você querer formar um anel com o próprio corpo e sair rodando por aí...

-Pode crer...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Licença

Esta é a forma correta: licença.
"Licensa" não existe.
Ponto.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O caso é que gosto mesmo de Bazar Pamplona...

Musiquinhas e musiquinhas

História do Cerco de Lisboa

"Só ainda não se acabou de averiguar se é o romance que impede o homem de esquecer-se, ou se é a impossibilidade do esquecimento que o leva a escrever romances."

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Rosalina sob flores


Rosalina sempre gostou mesmo de livros. Lembro de papai tentando convencê-la a aceitar de bom grado um vestidinho ou uma boneca de louça. Minha irmã apenas esboçava um querer-chorar e lá estava: um livro novo. Aprendeu a ler aos quatro, e viveu mais disso que de ar. Não era dessas crianças sorumbáticas ou que habitam, solitárias, seus castelos de nuvem. Rosalina era alegre, a que mais sorrisos distribuía e arrancava. Minha irmã desenvolveu tamanha leveza no lidar com pessoas que minha família toda empenhou-se por dissuadi-la de ser escritora e optar por uma carreira médica ou assistencial. Em vão. Discordar de Rosalina era sempre em vão. Teimosa e misteriosamente feliz, como se soubesse de algo que jamais saberíamos, minha irmã tornou-se uma adulta invejável.
Hoje é aniversário dela. Aqui, em pé, às portas da Livraria Cultura, penso no que comprar enquanto posiciono o guarda-chuva num canto. Eu poderia comprar um DVD. Rosalina ama filmes e ama Amélie. Há, pois, a justa semelhança com os grandes olhos de Amélie. Não, livros. Preciso é de um livro que sintetize um segundo, que dê a impressão fresca de uma alvorada, que desgrenhe os cabelos e confunda-se entre sentimentos e imagens que possui quem o lê. Preciso de um Pessoa. No auge da graciosidade de quem é jovem e ajuda um velho a comprar um livro, Rita, a atendente, apresenta-me à pretendida estante. O Livro do Desassossego é o que de melhor há entre o saber, o verbalizar e a solidão de jamais exprimir o que se passa aqui dentro: perfeito para as teimosias de Rosalina. Saio da Livraria e, ao alcançar a rua, lembro que preciso de flores. Ah! Ela há de perdoar-me a indelicadeza. Sob a garoa fina da cidade cinza, chego ao Cemitério da Consolação. Encontro o túmulo modesto entre mausoléus faraônicos. Olho a foto e os dizeres em latim. A saudade é mesmo uma valsinha. Flores brancas sobre o túmulo. Portando um guarda-chuva vermelho salpicado de violetinhas, avisto Rosalina. Ela jamais admitiria deixar papai de fora da festa.

domingo, 5 de outubro de 2008

Plano B


Uma idéia. Um rumo. Um plano. Bum!! Fez-se o dia!

sábado, 4 de outubro de 2008

Humpf!

Odeio essas pequenas enormes coisas que me chateiam e que não posso mudar. Preciso de um chocolate que me permita desfazer o que quer que eu tenha feito de errado, de modo que possa me sentir bem de novo sobre o que antes me deixava tão feliz.


É, é só isso.

Sinestésico

Cheiro-verde é uma planta de nome absolutamente sinestésico! Por que, então, estranham meus beijos azuis? É tudo coisa do falar sem pensar nas palavras...

Parta

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Faça uma lista...de verdade...


ouça-me

Ambígüo

Legião é muito ambígua...Provavelmente de propósito...

“...e a Mônica riu e quis saber um pouco mais sobre o boyzinho que tentava impressionar...”

Ou, talvez, seja apenas meu desconhecimento da pontuação das letras.

Palavras

Com-viver

Desodorante




Fantástico!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

Paulo tinha a fama de ser mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que
vira no campo dois dragões-da-independê ncia cuspindo fogo e lendo
fotonovelas.

A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que
caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos,
feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo
não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante
quinze dias.

Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra
passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador
para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico.
Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:

- Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.

(Carlos Drummond de Andrade)

Lu


O nosso irmão sempre foi diferente de nós duas. Aos oito anos, ele era capaz de ir ao mercadinho do bairro comprar coisas pra nossa mãe e, com o troco, trazer um salgadinho e um chocolatepra gente, sem comprar nada pra ele.
Nosso irmão sempre teve um quê de cavalheiro e benfeitor. As meninas o amam, os meninos acham-no demais! Minhas tias desfazem-se em elogios. Há sempre uma nova cartinha de amor escondida por aí. O meu irmão é um sucesso de público. Ele alimenta as galinhas da minha mãe antes de sair pro futebol. Também corta a grama, apara os pinheiros, anota meus recados. E,claro, é inteligentíssimo e assustadoramente bonito (qualquer semelhança prova só que a Loirinha é adotada! Haha! Te amo, Loirinha!)! Ah! Não é só corugisse. ..Meu irmão não é daqui...
- Não acredito, Lucas! Você comeu todo o doce sozinho?!
-Desculpa...Toma! Pra você!
-Um DVD do Radiohead! Eu te amo!!

Giz de cera


Casa. Um sofá vermelho. Chá de hortelã no bule. Roupas molhadas balançando ao vento. Grama, muita grama. Dois cachorros. Duas da tarde. Giz de cera na mesa da cozinha. Fios dourados, olhos grandes. Um vizinho que vai ao longe na estrada poeirenta. Vestido florido de tecido leve. Vento. Pães de queijo no forno. Duas laranjas, três maçãs e uma pêra na fruteira. Cadeira de madeira. Um livro. Um esperar. Fumaça do fogão à lenha de outrem. Sombra de nuvem.

Dois suspiros e meio.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Corifeu de novo

“Coma + soja”
(Proferido por um olho com pernas)

domingo, 21 de setembro de 2008

Que voz é essa?


O rapaz que passava viu as duas mulheres conversando. Não sabia ele o quão velhas elas eram. Também não o sabiam elas. Fazia frio e a noite viria já. O rapaz nunca viu foi a empatia esgueirando-se pelo gramado, escalando o banco e esboçando um sorriso honesto e tímido, de quem há muito não dá as caras. Era um entardecer feliz.

Aveia

Meus melhores dias no quesito criatividade são os frios chuvosos. Talvez eu faça pipoca também! Espetacular!

Érico Veríssimo


Essa minha idéia de tranqüilidade vem da minha infância ou dos volumes de “O tempo e o vento” de Érico Veríssimo. A família retratada na obra e sua saga pela vida deram-me minha primeira impressão de que a felicidade reside nas tão pequeninas coisas. Veríssimo também me deu um ideal de força, afinal, eu sempre quis ser Ana Terra, uma das protagonistas (senão “a”). Na lista de livros que pretendo colar pelos ônibus da cidade (escondidinha, lá no último banco) consta este título. Sente um aroma de hortelã?

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Teu céu, teu inferno, tua calma


É noite. Centenas de pessoas e suas centenas de almas. Eu só vejo o silêncio que torna tudo branco e brilhante. Olho-te.
E eu sinto que encontrei. És minha certeza. Sabes de todos os meus (tolos) medos e embaraçosas angústias. Tens a noção exata do que traz-me felicidade. Dás-me um par de estrelas todas as noites e refugias-me numa voz que contém toda a verdade do mundo. Ouves meu desespero mudo e minhas idéias utópicas com a mesma fé com que caminhas. Lês nestes olhos todas as frases não ditas e capturas meus pensamentos como se isso fosse-te tão natural quanto o respirar. E o meu respirar já é parte do teu. E a tudo resisto porque me dedicas o que és e o que queres ser. Que a confiança que depositas em mim não seja jamais em vão. Cantarei-te todos os meus versos infantis e minhas ingênuas melodias. Serei tua amante e viverei-te, até o final deste insano carnaval.

E que as voltas do mundo levem, sim, todas as tardes com atroz velocidade. Não serão tardes a menos, mas solidões a menos. E que venham os dias de sol. Que venhas tu e me leves contigo.

Invendável

Essa palavra existe! Céus! E “invendível” também, como sinônimo! O Português choca-me.

Carma

Estou fadada a ter só minha cabeça fotografada nas fotos em grupos com mais de seis integrantes.

Só venha.


Venha aqui e me abrace. Deslize os dedos pelos meus cabelos. Olhe nos meus olhos e faça uma piada boba. Arranque-me um sorriso. Vista-me meu pijama. Conte-me uma história qualquer sobre o futuro. Ajeite as cobertas. Desligue o rádio. Acerte o despertador. Beije-me até que eu durma.
Ah! Como é fácil me fazer feliz!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

19:12


Uma das minhas avós teve um derrame cerebral durante meu primeiro ano de faculdade. Coisa terrível essa. Ela ficou com algumas seqüelas, motivo pelo qual está numa cama até hoje. Nos primeiros meses depois do ocorrido, ainda fazia fisioterapia e falava normalmente. Hoje, mal conversa com a gente. Não quer sair de casa porque diz que sente-se cansada. Toma sol por uns minutos quase todos os dias. E é esse o contato dela com o que acontece fora do quarto. No mais, passou os últimos anos deitada, olhando para a parede (TV também faz com que se sinta mal) e ouvindo rádio na estação da missa. As visitas levam os bebês pra ela conhecer, falam do passado, do tempo que faz lá fora. Eu nunca sei bem o que dizer. Queria mesmo era pedir que ela levantasse, e agisse como agia: andar quilômetros pra conversar com as pessoas, visitar os doentes, fazer sabão, matar um frango, plantar umas flores estranhas, lavar o cabelo ao entardecer, abrir aquele sorrisão ao ver meu pai. Meu pai. Meu pai ainda faz com que ela esboce um sorriso. É fantástico. Dos sete filhos, ela só sorri pra ele, o caçula.

Minha vó tem daqueles dias quando não sabe bem em que época estamos. Quer sair da cama (pra desepero das minhas tias, já que a musculatura não dá mais conta do peso do corpo) e falar com fulano. Começa a papear no meio da noite e não pára mais. Dá-me uma vontade incontrolável de abraçá-la e fazer as coisas se endireitarem.

Apesar dos que ainda zelam por ela, a maioria não mais se importa. É doloroso saber que, para alguns, minha vó é um peso. Ela que nunca gostou de depender de ninguém, que ia aonde fosse a pé pra não ter que pedir carona.

Vamos todos ficar velhos, se não morrermos antes disso. Quando indagadas sobre a velhice, as pessoas parecem sempre fazer algum tipo de piada e desviar o assunto. Ninguém gosta de pensar que absolutamente todos os fios de cabelo ficarão brancos, que a pele vai enrugar irremediavelmente, que vai ser difícil locomover-se, que virão as dores e, para muitos, o medo da morte. Mas ainda acredito que o que mais incomoda na velhice é saber que o tempo vai chegando ao fim. Sim, muitos pós-setentistas correm por aí e vivem melhor que os jovens. É um excelente clichê esse. Mais clichê que excelente. Mas chegará um momento em que não vai dar mais. E aí? Aí perceberemos que o tempo acabou e fizemos o que dele? O medo da morte é, na maioria das vezes, medo de passar pelo mundo sem ter feito por merecê-lo. Ou é medo que sejamos tratados como muitos velhos de hoje.

Estas duas últimas são as minhas angústias de todas as noites, às 19:12, mais ou menos.

Constatação

Chá mate me dá vontade de nada. Vou tentar erva doce.

Limpando a esbórnia


Seria uma boa coisa se pra cada, digamos, 2000 pacotes de salgadinhos produzidos numa indústria, os fabricantes mantivessem um gari nas ruas. A cidade seria muito mais limpa. Podia ser uma indústria de refrigerantes também...Ou preservativos...

E o que sentir?

Terei me tornado menos humana?É possível. Mas sou da opinião de que continuo tão (muito ou pouco) humana quanto era antes. O caso todo é a empatia. Quando minha irmã era pequena, me dedurava pra minha mãe o tempo inteiro e, por isso, eu vivia levando havaianadas. Mas toda vez que ela fazia alguma das dela, eu ajudava a encobrir, a resolver. Hoje não levo mais havaianadas (não freqüentemente), porém, continuo com essa história de ajudar as pessoas mesmo depois que elas me fizeram muito mal...Coisas bem piores que havaianadas...Não, não. A idéia não é dizer que sou boazinha e que perdôo tudo. Eu não sou boazinha nem perdôo tudo. E se assim fosse, tanto faria. A questão é que mesmo chateada com o que as pessoas fazem, sinto-me imensamente mal se puder ajudar e não o fizer. A professora de Psicologia diz que é a culpa gerada pelo amor...É quando você se sente culpado, não pelo medo do castigo, mas por temer fazer mal a alguém que ama. Esse amor eu chamo de empatia. Mas, há pouco, percebi que minha empatia pode ser morta permanentemente e, por mais que me esforce, sinto apenas o vazio. Não é raiva, mágoa ou vingança. É algo muito pior: total indiferença. Não sentir coisa alguma é assustador. Os gritos...terão sido os gritos?
Desde sempre tive problemas com gritos. Os que melhor me conhecem sabem que basta meia dúzia de palavras àsperas sendo proveridas em tom um pouco acima do normal que me desmancho em lágrimas. Mas não são as palavras em si. É a violência no falar. Não choro porque os gritos me causam dor diretamente. Choro porque dói saber que alguém pode ser insensível a ponto de gritar. E quem sou eu para julgar sensibilidade? Das minhas estranhezas, essa com gritos julgo uma das maiores.
A mera tentativa de igualar o tom da resposta machuca grandemente: além de me assustar com meus próprios gritos (eu sei...que coisa ridícula!) assusto-me com o fato de abandonar o que acredito e gritar de volta. Esse abandono de si pode ter conseqüências dramáticas e duradouras.
Não posso dizer que gostaria de acabar com a indiferença...Simplesmente porque a indiferença, como diz a palavra, não possibilita qualquer vontade de mudar. E sem vontade não há revolução. No fim, é esse o pior problema do mundo. Ou, ao menos, o meu.

Fome

Brigadeiro. Eu comeria um prato agora. E o brigadeiro também...Talvez antes do prato...

Travessa da Nossa Senhora da Assunção

“Grafitar é arte; atropelar não faz parte.”

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Por que não aqui?

A distância pode ser uma grande violência.

O aniversário do Cauz


Foi por esses dias. E eu não o vi. Então, fiz pra ele este desenho. Vê aqui as casinhas. Essa é uma colina no interior do Maranhão. Este aqui é o Cauz. Ele usa esse chapéu para se proteger das águias. Sabe,né?Lá no Maranhão tem muita águia. Só perdem para os sabatincos... Como assim você não conhece um sabatinco? Onde é que vamos parar?! Os sabatincos foram levados ao Maranhão nas incursões argentinas de busca por batatas-limão. Hum...Você também desconhece as batatas-limão...Êita! São as batatas que o Cauz inventou. Lá no quintal dele tem um punhado. Tem também uns pés-de-meia...Porque no Maranhão faz um frio da peste!Tanto que o Cauz comprou uma vaca e muito cacau!Ai!Que saudade que deu daquela terra! Lá tem cada sorriso e cada amanhecer! Hum...Se você quiser visitar, é só falar com o Cauz. Ele é muito hospitaleiro. É meio estranho também, mas, como dizem "Faz parte do meu show...".

Esquecer

- Mãe, você entregou a foto pra ela?
- Ainda não, querida!Esqueci.

- Mãe, você levou a foto?Ela tá tão velhinha...Ia ficar feliz...
- Ah!Verdade!!Vou levar!Deve ser a única foto que ela tirou com a família toda...

- Mãe, lembrou da foto?
- Meu Deus!Esqueci de levar!!...Não te contei?...Ela morreu...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sordidez

- Ah!Ele não é "bonzinho" demais!Só não é compatível com seus sórdidos desejos!

Inventando inutilidades úteis


Tenho tantas histórias que ninguém acreditaria-me se soubessem. O que não seria um erro, uma vez que a maioria destas histórias só existiu por um átimo de segundo, ou menos, dentro dos meus olhos. Escrevo um livro por minuto. O rapaz que acabou de passar de moto daria uns dois volumes.

Corifeu

"Os ratos fazem arte. Os artistas fazem dinheiro."

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O caderno

E foi aqui que uma canção me fez chorar pela primeira vez.

"Serei de você, confidente e fiel..."


"A vida se abrirá num feroz carrossel..."

Aquarela

Aprendi a cantar esta na terceira série. Foi amor à primeira nota.

Eu estou aqui.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Eu não gosto das Olimpíadas.Não mesmo. Nem um tantinho.


Atletas enormes praticando qualquer esporte muito bem. É isso. Eu só acho bacana ver como as fisionomias obedecem aos estereótipos. Só. No mais,é gente que passou os últimos anos treinando todos os dias pra ganhar uma medalha. As mães não dizem que a gente tem que fazer as coisas sem esperar reconhecimento? E não é assim que geralmente acontece na vida (não o não esperar, mas o não receber)?Não é um pessimismo disfarçado (ou explícito), só a maneira como percebo as coisas (será uma maneira pessimista?). As Olimpíadas incitam a competitividade exacerbada (existe uma não-exacerbada?) e o culto à forma, além de oferecer espaço para promoção de marcas e gerar dinheiro e mais dinheiro. Chuva no molhado.

E o que dizer do choro dos que perdem, da sensação de que foi tempo desperdiçado, da vergonha, frustração, tristeza? Não vejo problema em sentir tudo isso (talvez eles nem sintam), mas não compreendo o sentir porque não marcou tantos gols quanto deveria. E os machucados? Torce, quebra, luxa, rompe, desgasta, corta. Pra quê? O corpo é o que mantém sua lucidez - ou loucura- neste mundo. E eu quero minha lucidez/loucura aqui. É o dinheiro? É bem provável que seja. Pra muitos deles deve ser. Claro que deve haver o tal do empenho e o dito amor (estou desdenhando,né?). Não sei. Como um bom dogma que sou, tenho aversão a valores muito diversos.

Mas e a união dos povos? Acho mesmo que os povos deveriam se unir por uma causa mais nobre que a Daiane dos Santos e o nadador das mil medalhas. Talvez uma visita ao Congo fosse mais benéfica para a humanidade que umas fotos dos templos budistas. Ninguém tem tempo de doar sangue no hospital da cidade, mas o jogo de vôlei não dá pra perder! Quantas pessoas compraram um livro de gramática nestes últimos meses? E camisetas da seleção? Não dá pra falar bom dia pro cobrador do ônibus, mas se ele lhe desse um ingresso pra um jogo seria bem diferente.

E as crianças crescem vendo isso. Pra que estudar se podem jogar bola e ganhar milhões?Quantas efetivamene ganham? E o que acontece com as que fracassam?"Esporte é vida". Sei. A maior lorota de todas. Sou plenamente favorável à uma caminhadinha ou qualquer coisa que o faça feliz e mantenha seu coração batendo. Sou contra o "treinar até a morte" e contra qualquer evento que apóie essa idéia.Com tantos milênios de história, a humanidade bem que podia arranjar um pretexto melhor para uma festa. Quem sabe salvar umas vidas?

obs: tudo isso não significa que eu faço as coisas certas. Na verdade, não significa nada. Ou tudo. Entenda como quiser.

Self


Eu não sou uma teoria. As teorias são passíveis de refutação. Eu sou um dogma e espero que o mundo se encaixe nas coisas que acredito. Caramba!

Coisas muito distintas

- Você morreria por amor?
- Sim.
- E matar, você mataria?

domingo, 17 de agosto de 2008

Terra do Nunca

Aqui o Sol brilha muito mais que em qualquer outro lugar. As árvores são mais verdes e fazem muito mais sombra. Aqui há poucos carros nas ruas e o silêncio faz um convite a um passeio de bicicleta antes do almoço. Há um bocado de velhinhos dispostos a um "bom dia" seguido de um sorriso, e meia dúzia de jovens cansados sentados nos banquinhos da praça. Aqui é um bom lugar para um churrasco ou para olhar o nada acontecer daquela maneira que só o nada acontece. A felicidade vive bem ali ao lado da barraca de pastéis. Aqui eu explodo de felicidade a cada manhã. Aqui me tornei quase tudo que sou.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A minha mãe


Se eu só pudesse salvar uma pessoa no mundo, seria, obviamente, a minha mãe. Tenho medo que ela morra sem que eu tenha conseguido mostrar o quanto a amo. Tento sempre e sei que ela acredita nisso, mas nunca me é suficiente...

A minha mãe me ensinou a respeitar as pessoas e falou da necessidade de fazer do mundo algo melhor. Se disserem mil vezes que devo mudar, não mudarei. Isto é no que acredito e nada faz mudar a essência de alguém. Minha mãe me deu vida e essência,e mesmo que o mundo me mate todos os dias,recusarei a deixar-me, a ignorar o que sou. Isso sim seria morrer.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A questão é

"- Meiri, você deveria aprender a se defender."

...
1.O que é mais errado: eu não me defender ou você machucar desnecessaria e conscientemente?

2.Ou você deveria não atacar?

3.Por quê?Para ser como você?

4.Isso me deixaria fazer parte do seu grupinho?

5.E acabar com a falsa superioridade de vocês??Jamais!

O caso não é que não sei dar respostas. O caso é que não quero dá-las.Não quero porque responder me tornaria um deles. A questão toda é que não quero ser parte do que não admiro. E eu não admiro a desumanidade.

"Há pessoas tão pobres que só têm dinheiro."

domingo, 3 de agosto de 2008

Desenhinho


Coisas bacanas para se fazer num dia de chuva

O paradoxo da espera do ônibus

Veja aqui

Aurélio

Almocei hoje na casa do Aurélio. Ele é um amigo que conheci em Piedade, lá pelos dez ou onze anos de idade. Engraçado como ele manteve trajeitos bem característicos absolutamente preservados! Isso é bom! Entre os meus diversos choques (o Aurélio sabe de muita coisa que não sei...) estão:

- ex-colegas de sala tiveram filhos e casaram (é a ordem das coisas, mas isso me deixa pasma!)

- ele foi ao show do Cat Power porque ganhou um ingresso de um dos caras que tocou naquele dia (o Aureous trabalhava num hotel). Ficou na fila D, bem mais perto que a fila onde estava a Marisa Monte, por exemplo. Inacreditável!

- quando morou em Minas, ele conheceu o irmão do meu namorado,mas nenhum dos dois nunca imaginou isso.

- fomos a uma padaria onde a caixa de bombons Nestlé custava dez reais!Cruzes!

É, fiquei com medo do tempo. Nada grave. Só a velha sensação de impotência.

Nossa!

Domingo. Vejo fumaça saindo da casa do vizinho. Cheiro de churrasco. A primeira coisa que penso é que ele está assando a esposa...Envolta em alumínio!Nossa!

sábado, 2 de agosto de 2008

Sonhos com muito creme

"Tá pegando o jeito!! Vai ser um ótimo ornitorrinco em breve!"

Luísa mandou um beijo


Do Rio!!Música boa pra dançar, sozinho no quarto, de pijama, às 15:25, aspirando um pão na chapa, ansioso por chuva, numa bela tarde de sábado!

Anselmo

Jump!!!

Tô musical hoje!!!

Qual é a letra que simboliza 'vermelho' pra você?

Vou tentar fazer macarrão com brócolis e bacon.

Sempre lembro da Lispector dizendo: "Eu não sou assim triste...É que eu tô cansada hoje..."

Quero um novo pote de tinta!

Se eu escrevesse um livro, você leria?

Vou limpar o quarto.

Te devo uma carta.

Quer passear no meu bote?

Bazar Pamplona


As músicas e clipes são excelentes!Destaque para o site dos caras com cada integrante respondendo a umas perguntas bem groselhas!!Demais!!!Oiés (Guarda,2008)!

Site dos caras
A moça da embalagem de xampú
Bem-me-leve

Javiera Mena


Uma banda chilena que quando se ouve, dá vontade sublimar o mundo!
Esse provavelmente não é clipe oficial...Mas acho que nem há um pra essa música...

Sol de Invierno

Puta que pariu!


Impressionante!

Uma vida em dois segundos


Despedem-se. Ele dobra a esquina. Ela permanece lá a olhar a rua na esperança de que ele volte. "Contarei até 11".11. Nada. Ela atravessa o portão de volta à casa.

Despedem-se. Ele dobra à esquina. Pára em seguida e pensa em voltar. "Contarei até 13".13. Ela não estava mais lá. Ele vai embora.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mudar é preciso!

A minha pontualidade atrasa minha vida.

Parece piada mas é muito sério. Sempre preparo tudo, planejo o tempo de cada atividade para chegar onde estou sendo esperada exatamente na hora marcada. Aí a pessoa nunca está lá. E fico esperando por vinte minutos. Claro que não tenho um livro porque deduzi (ingenua e repetidamente) que fulano estaria lá em dois minutinhos. E o tempo se esvai. Três folhas caíram ali, duas crianças correram, o guardinha peidou que eu ouvi, dois fuscas, duas motos, quis dormir doze vezes, dormi efetivamente uma. E lá vem ele pedindo desculpas pelo atraso. Claro que eu desculpo. Minha mãe diz que eu esqueço rápido, mais rápido que os outros. Bem, vez ou outra, também me atraso...É a tentativa de mudar!Mas tento não fazer isso com os pontuais. Sei como cansa. Vou ter um bloco de anotações pra essas situações. É, vou mesmo!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Volta

Outubro. Volto de viagem. Vejo meu filho caçula correndo pelo quintal. Ele me vê e vem sorrindo em minha direção:
- Mamãe!!!
- Meu lindo!!Como você está?Morri de saudades! Depois tive que nascer de novo...Deu um trabalho...!Conte-me:o que tem comido?
- Vegetais, mamãe!
- Hum...verdade isso?
- ...Não...Comi sanduíche de pernil hoje...Papai falou pra não te contar. Também não devo contar que ele queimou uma panela de brigadeiro ontem!
- Há!De alguma forma, isso não me surpreende!

Era isso.


Eu sou uma boa teoria.

domingo, 27 de julho de 2008

Tô parando

Tô parando de explicar que todas as coisas são relativas. É algo que espero que saibam. Se não souberem, ao menos considerem como verdade durante a leitura. Cansei de obviedades.

Nós que aqui estamos por vós esperamos


O mundo todo deveria ver esse filme. Marcelo Masagão rocks! Garanto que nunca encontrará documentário com mais pinta de obra de arte que este. E não sou das pessoas mais seguras, geralmente.
Sim, a arte é relativa, eu sei.

No answer

- Onde é que você foi doar sangue?
- Pertinho daqui. A um ônibus de distância..Hehe. Vê?Você pode pegar um ônibus e salvar uma vida!
- Também posso pegar um ônibus e perder uma vida...
- ...

sábado, 26 de julho de 2008

All Star


Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário

Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra hoje

Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu all star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço
O tom que eu canto as minhas músicas para a tua voz parece exato

Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje

Eca!

Hoje

Esta tarde está quase transparente. Quero que alguém apareça à minha porta, convidando pra comer pipoca enquanto conversamos. Quero um diálogo sem porquê e que me faça dizer todas as coisas desconexas que trago aqui. Quero desejar que o dia não acabe nunca. Quero o conforto de uma intimidade passageira.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

São Paulo e sorrisinhos


São Paulo me deu muitas coisas ruins, é verdade. Solidão desmedida, revolta, sensação de impotência. Além de me ter furtado uma bolsa de mestrado, documentos e uma bicicleta (que nem era minha). Aqui, vivi meus piores dias, os mais angustiantes.

Mas vejo que os que diziam que "o que não mata, engorda" estavam certos. Não morri e engordei, são fatos. São Paulo trouxe-me também uma serenidade para lidar com as coisas. O que me deixaria aos prantos e causaria dias de escuridão, não me provoca mais que um sorrisinho, agora. Um sorrisinho de quem sabe onde pisa, mesmo que o chão seja de folhas secas. Aprendi a desconfiar das pessoas. Mesmo parecendo ruim, desconfiar é uma forma de vê-las melhor, de fazê-las reais. Meus amigos dizem que nutro a mesma ingenuidade de sempre. Eu discordo. Mas discordar também é um dos meus fortes. Depende, claro, do que chamam de ingenuidade. Minha capacidade de acreditar nas pessoas realmente permanece inalterada. Mas acredito sabendo que podem me magoar. Antes não era assim. E, invariavelmente, doía.

Não acho que seja bom crescer aqui. Quero meus filhos no interior, tendo aquele sotaque de PieDaDe ou qualquer outra cidadezinha. Quero que tenham uma ingenuidade boa, dessas que faz querer mudar tudo e acreditar que luxo é tomar tubaína comendo cachorro-quente numa tarde de sábado. Quando crescidos, poderão vir pra cá, se assim o quiserem. Espero que eu já tenha mudado muita coisa nesse mundo até lá. Mas vou deixar o sorrisinho.

Nome Próprio

"Eu sou marcada, sim, mas faço valer cada uma de minhas cicatrizes."

A última frase é boa.

Mas..


- Mas que merda você tá fazendo, Suspiros???
- Tô me lambuzando de vermelho!