terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A beleza

Uma idéia que persegue-me de perto, há muito tempo, é a de que todo ser vivo encanta-se com a beleza e quer sempre destruí-la. Não sei ainda se quer destruí-la porque está encantado ou se é de alguma forma orientado a destruir só o que considera belo. Ou ainda se o verdadeiro prazer vem em destruir o belo. Talvez seja tudo a mesma coisa. O fato é que se existe beleza, há risco. Sim, há sempre risco, no feio e no belo, mas falo aqui de risco verdadeiramente grande. E esse risco, invariavelmente termina em violência. Se é uma flor, quer-se apanhá-la; se é um fruto vistoso, quer-se comê-lo; se é uma cama arrumada, quer-se deitar sobre ela; se é um bolo, quer-se parti-lo; se é um espécime do sexo oposto (nem sempre, claro!) quer-se amá-lo. O amor e o sexo são grandes violências da beleza. Todo prazer me parece estar associado a algum tipo de violência e beleza desfeita. Ainda não encontrei provas do contrário...E essa é a grande mágica da natureza: construir o belo, para que ele seja atacado e com isso sobreviva.

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