Um bocado de palavras para o mundo que insiste em não ver. Avassaladoras pretensões. Um tanto de hipocrisia. Bolhas de sabão. Sorrisinhos. Ironias. Amores. Tudo com açúcar colorido.
sábado, 12 de dezembro de 2009
Primeira vez
E pela primeira vez em tempos, eu gosto das luzes de Natal. Não só acho bonitinhas, como vejo aquela esperança que reconheço de algum lugar da infância/ adolescência. E me pego sorrindo ao atravessar a faixa de pedestres.
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O assalto - Mia Couto
Uns desses dias fui assaltado. Foi num virar de esquina, num desses becos onde o escuro se aferrolha com chave preta. Nem decifrei o vulto: só vi, em rebrilho fugaz, a arma em sua mão. Já eu pensava fora do pensamento: eis-me! A pistola foi-me justaposta no peito, a mostrar-me que a morte é um cão que obedece antes mesmo de se lhe ter assobiado.
Tudo se embrulhava em apuros e eu fazia contas à vida. O medo é uma faca que corta com o cabo e não com a lâmina. A gente empunha a faca e, quanto maior a força de pulso, mais nos cortamos.
— Para trás!
Obedeci à ordem, tropeçando até me estancar de encontro à parede. O gelo endovenoso, o coração em cristal: eu estava na ante-câmara, à espera de um simples estalido. Cumpria os mandamentos do assaltante, tudo mecanicamente. E mais parvalhado que o cuco do relógio. O que fazer? Contra-atacar? Arriscar tudo e, assim sem mais nem nada, atirar a vida para trás das costas?
— Diga qualquer coisa.
— Qualquer coisa?
— Me conte quem é. Você quem é?
Medi as palavras. Quanto mais falasse e menos dissesse melhor seria. O maltrapilho estava ali para tirar os nabos e a púcara. Melhor receita seria o cauteloso silêncio. Temos medo do que não entendemos. Isso todos sabemos. Mas, no caso, o meu medo era pior: eu temia por entender. O serviço do terror é esse — tornar irracional aquilo que não podemos subjugar.
— Vá falando.
— Falando?
— Sim, conte lá coisas. Depois, sou eu. A seguir é a minha vez.
Depois era a vez dele? Mas para fazer o quê? Certamente, para me executar a sangue esfriado, pistolando-me à queima-roupa. Naquele momento, vindo de não sei onde, circulou por ali um furtivo raio de luz, coisa pouca, mais para antever que para ver. O fulano baixou o rosto, e voltou a pistola em ameaça.
— Você brinca e eu …
Não concluiu ameça. Uma tosse de gruta lhe tomou a voz. Baixou, numa fracção, a arma enquanto se desenvencilhava do catarro. Por momento, ele surgiu-me indefeso, tão frágil que seria deselegância minha me aproveitar do momento. Notei que tirava um lenço e se compunha, quase ignorando minha presença.
— Vá, vamos mais para lá.
Eu recuei mais uns passos. O medo dera lugar à inquietação. Quem seria aquele meliante? Um desses que se tornam ladrões por motivo de fraqueza maior? Ou um que a vida empurrara para os descaminhos? Diga-se de passagem que, no momento, pouco me importavam as possíveis bondades do criminoso. Afinal, é do podre que a terra se alimenta. E em crise existencial, até o lobisomem duvida: será que existe o cão fora da meia-noite?
Fomos andando para os arredores de uma iluminação. Foi quando me apercebi que era um velho. Um mestiço, até sem má aparência. Mas era um da quarta idade, cabelo todo branco. Não parecia um pobre. Ou se fosse era desses pobres já fora de moda, desses de quando o mundo tinha a nossa idade. No meu tempo de menino tínhamos pena dos pobres. Eles cabiam naquele lugarzinho menor, carentes de tudo, mas sem perder humanidade. Os meus filhos, hoje, têm medo dos pobres. A pobreza converteu-se num lugar monstruoso. Queremos que os pobres fiquem longe, fronteirados no seu território. Mas este não era um miserável emergido desses infernos. Foi quando, cansado, perguntei:
— O que quer de mim?
— Eu quero conversar.
— Conversar?
— Sim, apenas isso, conversar. É que, agora, com esta minha idade, já ninguém me conversa.
Então, isso? Simplesmente, um palavreado? Sim, era só esse o móbil do crime. O homem recorria ao assalto de arma de fogo para roubar instantes, uma frestinha de atenção. Se ninguém lhe dava a cortesia de um reparo ele obteria esse direito nem que fosse a tiro de pistola. Não podia era perder sua última humanidade — o direito de encontrar os outros, olhos em olhos, alma revelando-se em outro rosto.
E me sentei, sem hora nem gasto. Ali no beco escuro lhe contei vida, em cores e mentiras. No fim, já quase ele adormecera em minhas histórias eu me despedi em requerimento: que, em próximo encontro, se dispensaria a pistola. De bom agrado, nos sentaríamos ambos num bom banco de jardim. Ao que o velho, pronto, ripostou:
— Não faça isso. Me deixe assaltar o senhor. Assim, me dá mais gosto.
E se converteu, assim: desde então, sou vítima de assalto, já sem sombra de medo. É assalto sem sobressalto. Me conformei, e é como quem leva a passear o cão que já faleceu. Afinal, no crime como no amor: a gente só sabe que encontra a pessoa certa depois de encontrarmos as que são certas para outros.
Tudo se embrulhava em apuros e eu fazia contas à vida. O medo é uma faca que corta com o cabo e não com a lâmina. A gente empunha a faca e, quanto maior a força de pulso, mais nos cortamos.
— Para trás!
Obedeci à ordem, tropeçando até me estancar de encontro à parede. O gelo endovenoso, o coração em cristal: eu estava na ante-câmara, à espera de um simples estalido. Cumpria os mandamentos do assaltante, tudo mecanicamente. E mais parvalhado que o cuco do relógio. O que fazer? Contra-atacar? Arriscar tudo e, assim sem mais nem nada, atirar a vida para trás das costas?
— Diga qualquer coisa.
— Qualquer coisa?
— Me conte quem é. Você quem é?
Medi as palavras. Quanto mais falasse e menos dissesse melhor seria. O maltrapilho estava ali para tirar os nabos e a púcara. Melhor receita seria o cauteloso silêncio. Temos medo do que não entendemos. Isso todos sabemos. Mas, no caso, o meu medo era pior: eu temia por entender. O serviço do terror é esse — tornar irracional aquilo que não podemos subjugar.
— Vá falando.
— Falando?
— Sim, conte lá coisas. Depois, sou eu. A seguir é a minha vez.
Depois era a vez dele? Mas para fazer o quê? Certamente, para me executar a sangue esfriado, pistolando-me à queima-roupa. Naquele momento, vindo de não sei onde, circulou por ali um furtivo raio de luz, coisa pouca, mais para antever que para ver. O fulano baixou o rosto, e voltou a pistola em ameaça.
— Você brinca e eu …
Não concluiu ameça. Uma tosse de gruta lhe tomou a voz. Baixou, numa fracção, a arma enquanto se desenvencilhava do catarro. Por momento, ele surgiu-me indefeso, tão frágil que seria deselegância minha me aproveitar do momento. Notei que tirava um lenço e se compunha, quase ignorando minha presença.
— Vá, vamos mais para lá.
Eu recuei mais uns passos. O medo dera lugar à inquietação. Quem seria aquele meliante? Um desses que se tornam ladrões por motivo de fraqueza maior? Ou um que a vida empurrara para os descaminhos? Diga-se de passagem que, no momento, pouco me importavam as possíveis bondades do criminoso. Afinal, é do podre que a terra se alimenta. E em crise existencial, até o lobisomem duvida: será que existe o cão fora da meia-noite?
Fomos andando para os arredores de uma iluminação. Foi quando me apercebi que era um velho. Um mestiço, até sem má aparência. Mas era um da quarta idade, cabelo todo branco. Não parecia um pobre. Ou se fosse era desses pobres já fora de moda, desses de quando o mundo tinha a nossa idade. No meu tempo de menino tínhamos pena dos pobres. Eles cabiam naquele lugarzinho menor, carentes de tudo, mas sem perder humanidade. Os meus filhos, hoje, têm medo dos pobres. A pobreza converteu-se num lugar monstruoso. Queremos que os pobres fiquem longe, fronteirados no seu território. Mas este não era um miserável emergido desses infernos. Foi quando, cansado, perguntei:
— O que quer de mim?
— Eu quero conversar.
— Conversar?
— Sim, apenas isso, conversar. É que, agora, com esta minha idade, já ninguém me conversa.
Então, isso? Simplesmente, um palavreado? Sim, era só esse o móbil do crime. O homem recorria ao assalto de arma de fogo para roubar instantes, uma frestinha de atenção. Se ninguém lhe dava a cortesia de um reparo ele obteria esse direito nem que fosse a tiro de pistola. Não podia era perder sua última humanidade — o direito de encontrar os outros, olhos em olhos, alma revelando-se em outro rosto.
E me sentei, sem hora nem gasto. Ali no beco escuro lhe contei vida, em cores e mentiras. No fim, já quase ele adormecera em minhas histórias eu me despedi em requerimento: que, em próximo encontro, se dispensaria a pistola. De bom agrado, nos sentaríamos ambos num bom banco de jardim. Ao que o velho, pronto, ripostou:
— Não faça isso. Me deixe assaltar o senhor. Assim, me dá mais gosto.
E se converteu, assim: desde então, sou vítima de assalto, já sem sombra de medo. É assalto sem sobressalto. Me conformei, e é como quem leva a passear o cão que já faleceu. Afinal, no crime como no amor: a gente só sabe que encontra a pessoa certa depois de encontrarmos as que são certas para outros.
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Sintomas depressivos
1. Ouvir I do it for you (e no repeat) do Bryan Adams
2. Comer meia pizza de calabresa sozinha bebendo água
3. Pensar que se não fossem as outras pessoas da casa, seria uma boa hora para lavar roupa (01:27)
4. Cogitar baixar Ghost
5. Alternar I do it for you e I will always love you, comendo aveia com Toddy
2. Comer meia pizza de calabresa sozinha bebendo água
3. Pensar que se não fossem as outras pessoas da casa, seria uma boa hora para lavar roupa (01:27)
4. Cogitar baixar Ghost
5. Alternar I do it for you e I will always love you, comendo aveia com Toddy
Precog
Mesmo que ela chorasse. Ainda que esperneasse e lhe jurasse amor eterno e incondicional. Não importariam as verdades todas dispostas em fila ou os honestos carinhos. Ela lhe era o que fora e não o que era. E há essas escolhas que ninguém fez, mas que estão lá, de qualquer forma.
Bem-vindo à Divisão Pré-crime.
Bem-vindo à Divisão Pré-crime.
Das atenções
Tinha ela seus 42 anos e carregava consigo o corpo de uma mulher dessa idade. Ele,25, como é inerente aos rapazes, ostentava aqueles olhos nunca cansados que levam a crer em amores maiores.
Suados os dois, ela deleitava-se em cobri-lo com pequenos beijos que distribuía displicentemente sobre seu peito. Cada um era uma pequenina declaração de uma devoção que ela estranhava, mas sem a qual não saberia levantar-se pela manhã. Pensava no que estaria ele pensando, tão distante estava, se os imaginava juntos no futuro, se haveria um futuro, e que, se houvesse,as crianças herdariam aquele sorriso tão bonito, e eles passariam as tardes a assisti-los brincando com a mangueira de jardim, em dias quentes. Olhando para ela, ele abriu lentamente os lábios e disse que, há algum tempo, envolvera-se com uma adolescente. Calada, não quis mais beijá-lo. Só via a mangueira que, solitária, encharcava o jardim.
Suados os dois, ela deleitava-se em cobri-lo com pequenos beijos que distribuía displicentemente sobre seu peito. Cada um era uma pequenina declaração de uma devoção que ela estranhava, mas sem a qual não saberia levantar-se pela manhã. Pensava no que estaria ele pensando, tão distante estava, se os imaginava juntos no futuro, se haveria um futuro, e que, se houvesse,as crianças herdariam aquele sorriso tão bonito, e eles passariam as tardes a assisti-los brincando com a mangueira de jardim, em dias quentes. Olhando para ela, ele abriu lentamente os lábios e disse que, há algum tempo, envolvera-se com uma adolescente. Calada, não quis mais beijá-lo. Só via a mangueira que, solitária, encharcava o jardim.
Anatomia Frozen
Qualquer comentário seria insuficiente. Então, não direi mais nada.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Perguntinha
"Afinal, o que você carrega?
Uma bandeira ou um guarda-chuva?
Você é um homem ou um saco de batatas?"
Daniel Giffoni
Uma bandeira ou um guarda-chuva?
Você é um homem ou um saco de batatas?"
Daniel Giffoni
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Coisa incrível
Hoje foi desses dias quando coisas inesperadas acontecem.
A começar quando saí pra trabalhar (em pleno feriado)e o ônibus estava inexplicavelmente lotado às 5:30! Depois, saí do trabalho às 10h, quando o normal é às 13h. Andando pela Paulista, e saboreando o excelente sorvete de coco do Habib's, tive a famigerada sensação de que São Paulo é uma excelente cidade quando tem sua população significativamente reduzida. Como é agradável o silêncio em meio aos prédios!
Mas o bacana mesmo aconteceu quando eu estava esperando o Bonfiglioli no Eldorado. Estava um dia lindo, mas a chuva começou a cair e as coisas foram ficando mágicas...
Com os primeiros pingos, vi pessoas saindo do shopping e olhando pra cima, como que para sentir as gotas. Por mais que fizesse calor, às vezes acho que ninguém mais faz isso. Pois bem, estava errada
E a chuva foi apertando e as pessoas aglomerando-se no ponto. Do nada, muitos ônibus, provindos dos dois sentidos, começaram a chegar um atrás do outro e a deixar muita gente naquele corredor. Curioso porque era feriado e a frequência de chegada estava bem diminuída antes disso
A chuva piorou (ou melhorou) e grandes poças foram formando-se dos dois lados da rua que cercam a parada do Eldorado. Os ônibus vinham devagar, mas um táxi...Chuáaa! Fiquei encharcada da cabeça aos pés. Ainda percebi que não havia soltado a respiração, segundo depois que ele se fora. O mesmo aconteceu com as pessoas que estavam ao meu redor. Alguns xingaram, outros tentaram secar-se. Eu ri e disse que foi bom porque estava calor mesmo...E era só água. E lá veio mais um táxi...Chuáaa!! O dobro de água do que o anterior! E a senhora ao meu lado riu alto. O moço de óculos sorriu e parou de desviar quando vinham outros carros. E, como essas coisas que encantam, uma a uma, as pessoas foram gostando da água. Não falo de quatro pessoas bem humoradas...Falo de muita gente, calculo que umas 90 pessoas. Eram senhorinhas, pais com crianças de colo, namorados, homens de terno e moças de vestido e chapinha. E começou uma torcida pelos táxis rápidos e sua falta de cuidado. Porque a água era boa e aquilo tudo estava pra lá de divertido. Estavam todos em sopa quando começou a ventar forte. Foram sombrinhas voando, saias levantando, gritinhos, frio. E todos ainda riam!! Ninguém ficava desagradado quando vinha um novo jato. Uma grávida chegou mesmo a ensaiar uns passinhos de dança!
E em meio à euforia que considero outra faceta das manifestações coletivas de humor (geralmente cinza) das pessoas desta cidade, fiquei achando que foi como foi porque eu dei risada quando levei a primeira onda. Claro, é uma supervalorização descarada, mas é bom sentir que se fez algo pra tornar uma tarde chuvosa mais agradável. A comicidade sustenta.
E pensei que as coisas, talvez, ainda tenham jeito.
A começar quando saí pra trabalhar (em pleno feriado)e o ônibus estava inexplicavelmente lotado às 5:30! Depois, saí do trabalho às 10h, quando o normal é às 13h. Andando pela Paulista, e saboreando o excelente sorvete de coco do Habib's, tive a famigerada sensação de que São Paulo é uma excelente cidade quando tem sua população significativamente reduzida. Como é agradável o silêncio em meio aos prédios!
Mas o bacana mesmo aconteceu quando eu estava esperando o Bonfiglioli no Eldorado. Estava um dia lindo, mas a chuva começou a cair e as coisas foram ficando mágicas...
Com os primeiros pingos, vi pessoas saindo do shopping e olhando pra cima, como que para sentir as gotas. Por mais que fizesse calor, às vezes acho que ninguém mais faz isso. Pois bem, estava errada
E a chuva foi apertando e as pessoas aglomerando-se no ponto. Do nada, muitos ônibus, provindos dos dois sentidos, começaram a chegar um atrás do outro e a deixar muita gente naquele corredor. Curioso porque era feriado e a frequência de chegada estava bem diminuída antes disso
A chuva piorou (ou melhorou) e grandes poças foram formando-se dos dois lados da rua que cercam a parada do Eldorado. Os ônibus vinham devagar, mas um táxi...Chuáaa! Fiquei encharcada da cabeça aos pés. Ainda percebi que não havia soltado a respiração, segundo depois que ele se fora. O mesmo aconteceu com as pessoas que estavam ao meu redor. Alguns xingaram, outros tentaram secar-se. Eu ri e disse que foi bom porque estava calor mesmo...E era só água. E lá veio mais um táxi...Chuáaa!! O dobro de água do que o anterior! E a senhora ao meu lado riu alto. O moço de óculos sorriu e parou de desviar quando vinham outros carros. E, como essas coisas que encantam, uma a uma, as pessoas foram gostando da água. Não falo de quatro pessoas bem humoradas...Falo de muita gente, calculo que umas 90 pessoas. Eram senhorinhas, pais com crianças de colo, namorados, homens de terno e moças de vestido e chapinha. E começou uma torcida pelos táxis rápidos e sua falta de cuidado. Porque a água era boa e aquilo tudo estava pra lá de divertido. Estavam todos em sopa quando começou a ventar forte. Foram sombrinhas voando, saias levantando, gritinhos, frio. E todos ainda riam!! Ninguém ficava desagradado quando vinha um novo jato. Uma grávida chegou mesmo a ensaiar uns passinhos de dança!
E em meio à euforia que considero outra faceta das manifestações coletivas de humor (geralmente cinza) das pessoas desta cidade, fiquei achando que foi como foi porque eu dei risada quando levei a primeira onda. Claro, é uma supervalorização descarada, mas é bom sentir que se fez algo pra tornar uma tarde chuvosa mais agradável. A comicidade sustenta.
E pensei que as coisas, talvez, ainda tenham jeito.
Versão brasileira Herbert Richers
E ele morreu hoje.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Juvenar
Pra lembrar das noites felizes com os amigos lá em Rio Claro, onde o céu é sempre azul.
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terça-feira, 10 de novembro de 2009
Quando eu me chamar saudade
Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho
A mão amiga
Para aliviar meus ais
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho
A mão amiga
Para aliviar meus ais
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais
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sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Samba da benção
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Vá ao teatro
http://www.vaaoteatro.org.br/
Ahhhh!!! Ingressos a R$5,00!!! E tem pro Agreste e Anatomia Frozen! Não sei se choro ou saltito!
Ahhhh!!! Ingressos a R$5,00!!! E tem pro Agreste e Anatomia Frozen! Não sei se choro ou saltito!
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sábado, 24 de outubro de 2009
Os amores que tive
"Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons"
Os amores que tive não os tenho mais. Perderam-se entre um silêncio e outro que, ou foram demasiado longos ou demasiado curtos. Os meus amores foram sensíveis aos silêncios que não nasceram silêncios, que eram palavras sabidas e não-ditas. Os verdadeiros silêncios encantam-me irremediavelmente...Os silêncios que significam todo o inexpressível. O inexpressível sendo expresso.
Guardei deles uns tantos suspiros, uma ou outra delicadeza, diversas ponderações e um punhado de dores e felicidadezinhas. E as outras lembranças todas?, perguntar-me-ia você, se bem me conhecesse. As outras, ou foram-se com os amores, ou tornaram-se-me opacas e apáticas. Posso lembrar bem de cada uma mas, em algum momento,porém, deixei de assim desejá-lo.
Mas como é possível que um amor exista num instante e no seguinte desapareça? Não o saberia dizer.Mudam os olhos ou muda o amor? Talvez caiba-nos apenas ver o que existe,diria o poeta. E foram os meus amores todos singulares? Decerto.Cada um aconteceu-me uma só vez e morreu uma só vez.
Sou dessas mulheres nas quais você não confiaria se conhecesse de verdade. E tem razão. Posso mentir e enganá-lo de uma forma covarde como nunca viu. Não seria por lhe querer mal, acredite. Você não acredita, pois bem. Mas também posso decidir ser-lhe verdadeira. Talvez você se canse rápido e vá embora. Mas talvez você fique. Talvez, a despeito de saber quem de fato sou, você decida ficar. Talvez...Não poderia enganá-lo se ficasse. Jamais enganaria alguém que trouxesse nos olhos um imenso "eu sei".
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons"
Os amores que tive não os tenho mais. Perderam-se entre um silêncio e outro que, ou foram demasiado longos ou demasiado curtos. Os meus amores foram sensíveis aos silêncios que não nasceram silêncios, que eram palavras sabidas e não-ditas. Os verdadeiros silêncios encantam-me irremediavelmente...Os silêncios que significam todo o inexpressível. O inexpressível sendo expresso.
Guardei deles uns tantos suspiros, uma ou outra delicadeza, diversas ponderações e um punhado de dores e felicidadezinhas. E as outras lembranças todas?, perguntar-me-ia você, se bem me conhecesse. As outras, ou foram-se com os amores, ou tornaram-se-me opacas e apáticas. Posso lembrar bem de cada uma mas, em algum momento,porém, deixei de assim desejá-lo.
Mas como é possível que um amor exista num instante e no seguinte desapareça? Não o saberia dizer.Mudam os olhos ou muda o amor? Talvez caiba-nos apenas ver o que existe,diria o poeta. E foram os meus amores todos singulares? Decerto.Cada um aconteceu-me uma só vez e morreu uma só vez.
Sou dessas mulheres nas quais você não confiaria se conhecesse de verdade. E tem razão. Posso mentir e enganá-lo de uma forma covarde como nunca viu. Não seria por lhe querer mal, acredite. Você não acredita, pois bem. Mas também posso decidir ser-lhe verdadeira. Talvez você se canse rápido e vá embora. Mas talvez você fique. Talvez, a despeito de saber quem de fato sou, você decida ficar. Talvez...Não poderia enganá-lo se ficasse. Jamais enganaria alguém que trouxesse nos olhos um imenso "eu sei".
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Palavras...
...corretamente escritas (e faladas) são muito melhores!
- Amídalas ou amígdalas
- Cu (não acentuamos monossílabos tônicos terminados em U...Vale para Ju, Lu...)
- Sobrancelha (e não sombrancelha)
- Licença
- Cérebro
- Asterisco
- Bem-vindo
- Amídalas ou amígdalas
- Cu (não acentuamos monossílabos tônicos terminados em U...Vale para Ju, Lu...)
- Sobrancelha (e não sombrancelha)
- Licença
- Cérebro
- Asterisco
- Bem-vindo
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By the way
- Então foi isso! Destruímos uma enorme parte da Mata e só sobrou este tantinho...
(menina loira pequenininha levanta a mão)
-Diga.
-Tia, sabia que agora não fazem mais operação de amígdalas, só de apêndice?
(coleguinhas sérios, olhando pra mim, esperando um sinal de aprovação pela grandiosa colaboração da amiguinha)
- Sério? Nooossaa!! Que bacana! Vamos dar uma olhadinha na mata ciliar agora...
Crianças rock!
(menina loira pequenininha levanta a mão)
-Diga.
-Tia, sabia que agora não fazem mais operação de amígdalas, só de apêndice?
(coleguinhas sérios, olhando pra mim, esperando um sinal de aprovação pela grandiosa colaboração da amiguinha)
- Sério? Nooossaa!! Que bacana! Vamos dar uma olhadinha na mata ciliar agora...
Crianças rock!
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Keep me warm
And you, you keep me warm
You, you keep me warm
All your cigarettes and cup of coffee
It keeps me warm
Believe me I can play games cos I know all the rules,
Believe me I can pretend cos I've studied the masks
But I don't wanna play any theatre for you,
I don't wanna stage a single piece for you
You, you keep me warm
All your cigarettes and cup of coffee
It keeps me warm
Believe me I can play games cos I know all the rules,
Believe me I can pretend cos I've studied the masks
But I don't wanna play any theatre for you,
I don't wanna stage a single piece for you
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Anatomia Frozen
E dessa vez não vou perder!
Texto Bryony Lavery
Encenação Marcio Aurelio
Elenco Joca Andreazza e Paulo Marcello
Tradução Rachel Ripani
Adaptação Cia. Razões Inversas
De 07/10 a 26/11
Quartas e quintas às 21h
Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)
Espaço Parlapatões
Texto Bryony Lavery
Encenação Marcio Aurelio
Elenco Joca Andreazza e Paulo Marcello
Tradução Rachel Ripani
Adaptação Cia. Razões Inversas
De 07/10 a 26/11
Quartas e quintas às 21h
Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)
Espaço Parlapatões
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Sentimental
"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te
Ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente.
Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."
Ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente.
Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."
terça-feira, 6 de outubro de 2009
A desesperança
- Não basta ir à escola. É necessário que se esteja lá de verdade e que o conhecimento lhes sirva para algo mais que obter boas notas.
- Tia, eu tirei 4 vermelhas neste semestre.
- E eu tirei 6!
- Eu tirei todas vermelhas!
- E vocês orgulham-se disso?
- Siimmm!!!
- A escola é uma bosta!!
- Estudar é pra nerd! Eu vou trabalhar no bar do meu pai.
- A gente vai ser favelado mesmo! Não dá pra fazer nada!
- E você não espera mais nada da vida? Você pode fazer outras escolhas...Dá pra mudar tudo...
- Ah! Que saco! Lá lá lá...
E chorar me pareceu a única coisa possível de se fazer àquela altura...
E viva as Olimpíadas de 2016!
...
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terça-feira, 29 de setembro de 2009
Os melhores livros
Top five da minha, por hora, curta vida:
1.O evangelho segundo Jesus Cristo - José Saramago
2.O livro do desassossego - Fernando Pessoa
3.Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis
4.Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
5.São Bernardo - Graciliano Ramos
Obviamente, considerando-se a impressão que tive da primeira vez que os li.
1.O evangelho segundo Jesus Cristo - José Saramago
2.O livro do desassossego - Fernando Pessoa
3.Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis
4.Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
5.São Bernardo - Graciliano Ramos
Obviamente, considerando-se a impressão que tive da primeira vez que os li.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Dobrado sustenido ou I just want you
Era um garoto ruivo e bemol. Melhor, um rapazinho, como dizia sua mãe. Tinha uns quantos amigos e divertia-se a ingerir grandes doses de um suco pouco doce e a batucar tudo que suportasse tal ação sem ceder ou estilhaçar. "Vai ser advogado, com toda certeza! Note esses olhos inquisitores!", sentenciou a tia, dia desses. Mas o rapazinho tinha lá suas dúvidas quanto a isso e quanto a outras coisas, por começar com como uma senhora tão boazinha podia ser mesmo irmã de sua mãe, tão afeita aos descontroles.
Ele queria mesmo era que lhe pagassem para batucar. Ou, antes disso, porque os pequenos ou não entendem direito essa coisa de remuneração ou consideram-na uma grande tolice: queria que a vida apenas continuasse a transcorrer. As demais questões como alimentação, escola, vestimentas e toda sorte de necessidades que tem um jovenzinho, ficariam a cargo da benevolência inerente ao que existe.
Ademais, sentia falta de um certo quê que não sabia ser de comer ou de montar. Uma vez até acreditou, com a fé cega das crianças e de alguns adultos, que um coçador de costas resolver-lhe-ia o problema. Não resolveu. Passou semanas a perambular pelo parquinho, a conversar com o Ananás -uma espécie de baqueta vermelha na qual lia-se Musa paradisiaca-, na tentativa de entender o que exatamente lhe faltava...Nada.
Foi numa tarde de Natal (contrariando os melhores contos sobre a magia das noites da referida data) que encontrou a tal coisa. E era uma coisa deveras peculiar, pôde notar de imediato. Calçando botinhas ortopédicas e ostentando um sorriso meio torto, a menina lia um livro com um sapo na capa. Um interlocutor teria lhe falado longamente sobre a estranheza de uma criança ler um livro numa tarde tão bonita e bem ao lado da mesa de doces. Mas o rapazinho apenas achou curioso ver uma menina que parecia não demonstrar qualquer antipatia pelo viscoso animal que sorria um sorriso misteriosamente cheio de dentes. Aproximou-se lentamente, intentando puxar-lhe o livro ou qualquer dessas ações pouco medidas e geralmente descabidas de propósito claro de que os rapazinhos são capazes. Mas aconteceu que, a meio caminho, ela voltou-se para ele e, depois de um silêncio divertido, disse-lhe: "Dê-me sua mão!". Sem saber ao certo o que dizer e meio atordoado com o tamanho daqueles olhos, estendeu a mão que a menina cutucou várias vezes, ao fim do que perguntou: "Entendeu?". Começando a imaginar que ela estava a zombar dele e subtamente tomado por um sentimento que não sabia ser de insegurança, chamou-a "boboca" e correu dali. Ao longe ainda ouviu a voz dela: "É código morse...". Parou perto da cozinha, de onde vinha uma canção e vozes que conversavam: "Leste europeu", alguém disse. O rapazinho ofegava e sentia-se dobrado sustenido.
Lá fora, a detentora do livro perguntava à tia se hoje não teriam queijo. Mas o que obviamente queria saber é se o menino ruivo não gostaria de ficar ali por um tempo. Algo como muito tempo...
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quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Battle of the bands
Não consigo incorporar, mas é absolutamente excelente:
http://www.youtube.com/watch?v=x6bUD9PJ6i8
http://www.youtube.com/watch?v=x6bUD9PJ6i8
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Amor

Alguém disse que não importa se finge correr atrás de dinheiro, fama ou poder, todo homem só quer ser amado. Seria o amor, em suas tão diferentes formas, o objetivo maior? Não me procupo muito com objetivos e muito menos com a ordem de importância deles, mas a sensação de saber-se amado me é deveras curiosa.
E como é que uma pessoa sabe-se amada? Se lho dizem, poderia arriscar-se um. Se fazem-na senti-lo, tentaria outro. Mas a verdade é que não há meios de saber-se amado. Não existe forma alguma de saber, de fato, o que occore nos corações alheios. E, muitas vezes, ao querer se demonstrar amor, o que conseguimos não chega aos pés do terremoto que existe realmente. No fim, a demonstração em si é sempre falha. Mas é na forma de apreensão que residem todas as possibilidades.
Palavras são palavras. Saber-se amado é, como todo o mais, algo que surge de nós mesmos e não do outro.
"You are what you love, not what loves you. That's what I decided a long time ago."
sábado, 19 de setembro de 2009
The end
"Você vê a todos os seus amores como livros: são bons e lhe proporcionam prazer, até que você percebe que a história chegou a um ponto que lhe é satisfatoriamente final. Aí você se desfaz deles e continua buscando algo que nem sabe o que é."
Em algum momento que não sei precisar,tornamo-nos o que vínhamos sendo até estes dias. Pelo caminho ficaram as borboletas do estômago, a boina, a Maria e o Antonio,o tolerar. Passamos a ser estranhos tentando mostrar quem errava mais. O enxergar foi deixado às traças e os dias nunca mais foram azuis.
"Era a última coisa que ia ficando de um passado cujo aniquilamento não se consumava, porque continuava se aniquilando indefinidamente, consumindo-se dentro de si mesmo, se acabando a cada minuto mas sem acabar de se acabar nunca."
Então, deixarei que a história bonita fique guardada na caixinha do que não existe mais, e que lá continue a viver apenas nas tardes de domingo. Como num livro.
Em algum momento que não sei precisar,tornamo-nos o que vínhamos sendo até estes dias. Pelo caminho ficaram as borboletas do estômago, a boina, a Maria e o Antonio,o tolerar. Passamos a ser estranhos tentando mostrar quem errava mais. O enxergar foi deixado às traças e os dias nunca mais foram azuis.
"Era a última coisa que ia ficando de um passado cujo aniquilamento não se consumava, porque continuava se aniquilando indefinidamente, consumindo-se dentro de si mesmo, se acabando a cada minuto mas sem acabar de se acabar nunca."
Então, deixarei que a história bonita fique guardada na caixinha do que não existe mais, e que lá continue a viver apenas nas tardes de domingo. Como num livro.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Percussão
Um primo músico faz muitas coisas bacanas. Dentre elas, destaco duas absolutamente apaixonantes:
Musique de table
Marimba (aqui por Nanae Mimura,uma phd no instrumento)
Musique de table
Marimba (aqui por Nanae Mimura,uma phd no instrumento)
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Os amantes do Círculo Polar

Não se preocupe. Como garota-da-sinopse jamais me contratariam (ainda que o mundo fosse mais feliz se fizessem-no!).
Estava pensando em assistir esse filme há mais de um ano. Estranho. Acabei por baixá-lo. Ficou no meu computador por mais uma semana. Já era tarde, mas precisava vê-lo. E vi. E minha nossa!
Como roteirista, ele me foi um desastre.
Como apaixonada por cores, extremamente rico.
Como aspirante a fotógrafa/atriz/musicista, um velho parente.
E se você acha que entendeu, acredite, você não sabe de nada.
Alguém aí já me ouviu dizer o quanto gosto de coincidências?
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Não me deixe só
Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz...
Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor...
fique mais...
Que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem...
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz...
Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor...
fique mais...
Que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem...
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Porque um povo elege Sarney
Supermercado
- Por favor, você poderia deixar sua mochila no porta-volumes?
- Eu deixaria com prazer, se você pedisse a todas essas mulheres com bolsas - note que algumas são muito maiores que minha mochila- para que fizessem o mesmo.
- Mas, moça, são as regras.
- Mas aí está uma regra que não faz sentido, moço. Você já pensou nisso?
- Mas é uma regra.
- Certo. E não é você quem faz as regras, já sei. Gostaria de falar com o gerente.
- Tá bem, entra com a mochila.
Lojinha
- Bom dia! Gostaria de imprimir fotos diretamente do meu pen drive, pode ser?
- Hum...Mas aí você teria que deixar o seu pen drive aqui...Não vai dar.
- Mas ali na porta diz que vocês imprimem direto de câmeras...Por que não pode ser de um pen drive? Não me importo de deixá-lo.
- Humm...Quantas fotos?
- Duas.
- Duas??? Ah!! Vai ali na loja da praça que eles fazem isso.
- Meu senhor, acabei de vir de lá e quero imprimir minhas fotos aqui.
- Mas são só duas fotos...Ah! Vai lá, moça...
- Eu não vou lá. O senhor não devia oferecer serviços que não está disposto a executar. Bom dia!
Faixa de pedestres sem sinal
Carros passam à toda. Sinalizo que existe uma faixa ali e que eu vou atravessar a rua. De um carro com três loiras (não é uma insinuação, mesmo que a negação tenha soado como afirmativa):
- Ah!! Vai, ô, biscate! Tomar no cu!
Banca
O dono da banca conversa com um rapaz. Espero, pacientemente atrás do moço. O moço vai embora ao mesmo tempo que um senhor chega com duas crianças.Vão ver revistas. O dono da banca deixa o balcão- na frente do qual estou- e vai até eles perguntar se precisam de alguma coisa.
- Isso é uma grande falta de respeito, só para que o senhor saiba.
- O que, moça? (sorrisinho cínico)
É muita coisa pra uma manhã de segunda só!
- Por favor, você poderia deixar sua mochila no porta-volumes?
- Eu deixaria com prazer, se você pedisse a todas essas mulheres com bolsas - note que algumas são muito maiores que minha mochila- para que fizessem o mesmo.
- Mas, moça, são as regras.
- Mas aí está uma regra que não faz sentido, moço. Você já pensou nisso?
- Mas é uma regra.
- Certo. E não é você quem faz as regras, já sei. Gostaria de falar com o gerente.
- Tá bem, entra com a mochila.
Lojinha
- Bom dia! Gostaria de imprimir fotos diretamente do meu pen drive, pode ser?
- Hum...Mas aí você teria que deixar o seu pen drive aqui...Não vai dar.
- Mas ali na porta diz que vocês imprimem direto de câmeras...Por que não pode ser de um pen drive? Não me importo de deixá-lo.
- Humm...Quantas fotos?
- Duas.
- Duas??? Ah!! Vai ali na loja da praça que eles fazem isso.
- Meu senhor, acabei de vir de lá e quero imprimir minhas fotos aqui.
- Mas são só duas fotos...Ah! Vai lá, moça...
- Eu não vou lá. O senhor não devia oferecer serviços que não está disposto a executar. Bom dia!
Faixa de pedestres sem sinal
Carros passam à toda. Sinalizo que existe uma faixa ali e que eu vou atravessar a rua. De um carro com três loiras (não é uma insinuação, mesmo que a negação tenha soado como afirmativa):
- Ah!! Vai, ô, biscate! Tomar no cu!
Banca
O dono da banca conversa com um rapaz. Espero, pacientemente atrás do moço. O moço vai embora ao mesmo tempo que um senhor chega com duas crianças.Vão ver revistas. O dono da banca deixa o balcão- na frente do qual estou- e vai até eles perguntar se precisam de alguma coisa.
- Isso é uma grande falta de respeito, só para que o senhor saiba.
- O que, moça? (sorrisinho cínico)
É muita coisa pra uma manhã de segunda só!
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
Adaptation
Charlie Kaufman: There was this time in high school. I was watching you out the library window. You were talking to Sarah Marsh.
Donald Kaufman: Oh, God. I was so in love with her.
Charlie Kaufman: I know. And you were flirting with her. And she was really sweet to you.
Donald Kaufman: I remember that.
Charlie Kaufman: Then, when you walked away, she started making fun of you with Kim Canetti. It was like they were making fun of me. You didn’t know at all. You seemed so happy.
Donald Kaufman: I knew. I heard them.
Charlie Kaufman: How come you looked so happy?
Donald Kaufman: I loved Sarah, Charles. It was mine, that love. I owned it. Even Sarah didn’t have the right to take it away. I can love whoever I want.
Charlie Kaufman: She thought you were pathetic.
Donald Kaufman: That was her business, not mine. You are what you love, not what loves you. That’s what I decided a long time ago.
Donald Kaufman: Whats up?
Charlie Kaufman: Thank you.
Donald Kaufman: For what?
Donald Kaufman: Oh, God. I was so in love with her.
Charlie Kaufman: I know. And you were flirting with her. And she was really sweet to you.
Donald Kaufman: I remember that.
Charlie Kaufman: Then, when you walked away, she started making fun of you with Kim Canetti. It was like they were making fun of me. You didn’t know at all. You seemed so happy.
Donald Kaufman: I knew. I heard them.
Charlie Kaufman: How come you looked so happy?
Donald Kaufman: I loved Sarah, Charles. It was mine, that love. I owned it. Even Sarah didn’t have the right to take it away. I can love whoever I want.
Charlie Kaufman: She thought you were pathetic.
Donald Kaufman: That was her business, not mine. You are what you love, not what loves you. That’s what I decided a long time ago.
Donald Kaufman: Whats up?
Charlie Kaufman: Thank you.
Donald Kaufman: For what?
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Rir
Um videozinho incrível. Pra ver inteirinho, sem pular partes e com som. Ai, que excelente!
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terça-feira, 4 de agosto de 2009
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Dowbor
"Enquanto 800 milhões de habitantes dos paises ricos ostentam uma renda per capita de mais de vinte mil dólares, 3,2 bilhões de habitantes do mundo sub-desenvolvido vivem com uma média de 350 dólares, menos de 30 dólares por mês. Cerca de 150 milhões de crianças hoje passam fome no mundo, cifra projetada para 180 no ano 2000, enquanto cerca de 12 milhões simplesmente morrem antes dos cinco anos. O analfabetismo atinge mais de 800 milhões de pessoas, e aumenta de cerca de 10 milhões a cada ano que passa. O planeta ganha anualmente cerca de 90 milhões de novos habitantes, sendo que cerca de 60 milhões já nascem nas áreas mais miseráveis, condenados no seu primeiro dia de vida. Não se conseguem os cinco centavos de dólar por criança que custa o iodo que impedirá o bócio, ou os dez centavos para a vitamina A que impedirá a cegueira. Cerca de um milhão de crianças ficam assim mutiladas para a vida inteira, por ano. Meio milhão de mães morrem anualmente de parto, por não ter acesso a serviços e informação médica elementar: no conjunto dos paises desenvolvidos são apenas 5 mil. Uma Africa devastada chora as suas últimas árvores, e vê os seus solos desprotegidos carregados pelos ventos e pelas chuvas torrenciais, enquanto o Ocidente que a devastou lhe recomenda cuidados ambientais. Mas temos cada dia melhores computadores, video-cassetes, e discos laser."
Texto completo aqui.
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Amor, vida e morte
"- Cada pessoa precisa encontrar toda a capacidade de amar dentro de si mesma, sozinha.
- Então, o amor já está pronto, todo, dentro de nós mesmos.
- Quem não tem o controle de todo o seu potencial de amor, quando encontra alguém apenas parasita o amor do outro.
- E isso não é amor...
- Não, é o contrário do amor.
- Assim, um parasita o amor do outro, para completar o amor que está lhe fantando para viver.
- Cada pessoa precisa encontrar toda capacidade de viver em si mesma.
- Então a vida está toda dentro de nós mesmos, sozinhos...
- Quem não tem o controle de todo o seu potencial de viver, quando encontra alguém parasita a vida do outro.
- E isso não é vida...
- Não, é o contrário da vida.
- Assim, um parasita a vida do outro, para completar a vida que está lhe faltando para morrer...
- Cada pessoa precisa encontrar toda a capacidade de morrer dentro de si mesma, sozinha...
- Então, a morte está toda dentro de nós mesmos...
- Quem não tem o controle de todo o seu potencial de morrer, quando encontra alguém, parasita a morte do outro.
- E isso não é morte...
- Não, é o contrário da morte. E o contrário da morte não é a vida".
(Coiote, p. 107-8, de Roberto Freire)
- Então, o amor já está pronto, todo, dentro de nós mesmos.
- Quem não tem o controle de todo o seu potencial de amor, quando encontra alguém apenas parasita o amor do outro.
- E isso não é amor...
- Não, é o contrário do amor.
- Assim, um parasita o amor do outro, para completar o amor que está lhe fantando para viver.
- Cada pessoa precisa encontrar toda capacidade de viver em si mesma.
- Então a vida está toda dentro de nós mesmos, sozinhos...
- Quem não tem o controle de todo o seu potencial de viver, quando encontra alguém parasita a vida do outro.
- E isso não é vida...
- Não, é o contrário da vida.
- Assim, um parasita a vida do outro, para completar a vida que está lhe faltando para morrer...
- Cada pessoa precisa encontrar toda a capacidade de morrer dentro de si mesma, sozinha...
- Então, a morte está toda dentro de nós mesmos...
- Quem não tem o controle de todo o seu potencial de morrer, quando encontra alguém, parasita a morte do outro.
- E isso não é morte...
- Não, é o contrário da morte. E o contrário da morte não é a vida".
(Coiote, p. 107-8, de Roberto Freire)
Changes
Talvez seja o que me motive, no fim. Acho que não gosto das certezas, por mais clichê que possa soar. De uma forma quase sintomática, como diria minha irmã, tenho profundo apreço pela incerteza do futuro. Como quando ganha-se um presentão e fica-se lá, a contemplá-lo, olhando o papel colorido. Tenho medo até o último fio de cabelo também. E meio que o adoro.
No entanto, continuo buscando as certezas. Talvez não porque as deseje de fato, mas pela possibilidade das surpresas no caminho.
No entanto, continuo buscando as certezas. Talvez não porque as deseje de fato, mas pela possibilidade das surpresas no caminho.
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domingo, 26 de julho de 2009
Pop
O tipo de comentário que, vindo de um menino de cinco anos, só se ouve nestes dias:
- Mãe, aquele prédio é imenso!Parece o Pacaembu..
- É mesmo, filho.
- Mãe, mas é enorme...Parece o Morumbi!
- Uhum...
- Mãe...É maior que o sítio do Michael Jackson!!
- Mãe, aquele prédio é imenso!Parece o Pacaembu..
- É mesmo, filho.
- Mãe, mas é enorme...Parece o Morumbi!
- Uhum...
- Mãe...É maior que o sítio do Michael Jackson!!
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ônibus
Ginecologistas e o tempo
Das diversas maneiras de se notar a passagem do tempo, as consultas ginecológicas são minha mais nova descoberta:
Entre os 15 e os 20:
-E você tem namorado? Já manteve algum tipo de relação sexual?
Lá pelos 24:
- Você está tomando pílulas ou está tentando engravidar?
É a vida, dizem.
Entre os 15 e os 20:
-E você tem namorado? Já manteve algum tipo de relação sexual?
Lá pelos 24:
- Você está tomando pílulas ou está tentando engravidar?
É a vida, dizem.
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sábado, 25 de julho de 2009
Synecdoche, New York

Ou Sinédoque, Nova York, como ficou aqui.
Só vi há alguns dias. Kaufman fazendo um filme bem..."ele"! Profunda depressão e diversão, assim, unidos de uma maneira que dá gosto ver. The ultimate movie. Ah!!
Papel
Choveu tanto que seu corpo, encharcado, parecia-lhe mais vivo que de costume. O relógio marcava 6:05 quando finalmente conseguiu pegar um ônibus lotado. Duas horas e uma baldeação depois, estava no trabalho: um hospital. Era um sábado cinza para recepcionistas com velhos guarda-chuvas e sapatos rotos. Uma das médicas precisara faltar, sendo que avisar a paciente que esperava pela doutora fora sua primeira preocupação. Irritada, a paciente, uma moça loira e bem vestida, pegou a ficha, picou em vários pedaços e atirou em Cleide, a outra recepcionista que estava no fim de um plantão de 12 horas.
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segunda-feira, 20 de julho de 2009
E agora, José?
Mais uns 20 passos e chego em casa. Andando à minha frente, um homem de uns 25 anos joga alguma coisa pelo meu portão, e continua caminhando rumo à favela que tem aqui perto.Chegando ao número 34, olho desconfiada para ele,que, voltando-se, percebe que eu o observo e aperta o passo. Há uma folha de papel dobradinha na garagem. Papel de fax, penso. Abro e percebo que é uma dessas correntes de Nossa Senhora...Fazer 4 cópias por dia, durante 2 meses...Distribuir por aí...Coisas fantásticas ou coisas terríveis...Que trabalho, digo em voz alta. No fim um "tenha fé que sua vida vai mudar".
A fé me surpreende, às vezes. E o desepero sempre.
A fé me surpreende, às vezes. E o desepero sempre.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Thom Yorke - All for the best

Uma causa nobre :http://msn.skolbeats.com.br/beatsbox/noticia/3247
E, no fim, uma coisa bonita: http://stereogum.com/archives/new-thom-yorke---all-for-the-best-stereogum-premie_079431.html#more
terça-feira, 14 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
O sonho...
...desta noite, foi que Thom Yorke havia morrido.
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quarta-feira, 8 de julho de 2009
Dolce
Last Day Dream [HD] from Chris Milk on Vimeo.
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Las pastillas del abuelo
Solo te pido un abrazo más,
que me apriete mucho más que ayer;
solo te pido una mirada más,
que a través de ella pueda ver,
las cosas que hacen y sienten tipos como vos,
los que mueren de pie.
Solo te pido un consejo más,
que por siempre deba recordar;
solo te pido un enojo más,
para saber qué camino tomar;
y cuando mi hijo pregunte por su abuelo,
le diré que está en una lugar mágico,
que está en el cielo
y siempre lo va a guiar,
siempre lo va a guiar,
siempre lo va a guiar...
Solo te pido una sonrisa más,
para saber cómo sonreir de aquí en más;
solo quisiera hacerte el mejor favor,
para que mi culpa se vaya con el Sol,
y la Luna no me reproche
lo que el tiempo no me dejó vivir con vos.
Solo te pido una lágrima más,
que inunde todo mi corazón;
solo quisiera una última despedida,
que manche de alegría el resto de mi vida;
y mientras mis lágrimas de luto caen en tu mejilla,
entiendo que no tendré lo que más quiero,
ese minuto más,
solo un minuto más,
solo un minuto más...
que me apriete mucho más que ayer;
solo te pido una mirada más,
que a través de ella pueda ver,
las cosas que hacen y sienten tipos como vos,
los que mueren de pie.
Solo te pido un consejo más,
que por siempre deba recordar;
solo te pido un enojo más,
para saber qué camino tomar;
y cuando mi hijo pregunte por su abuelo,
le diré que está en una lugar mágico,
que está en el cielo
y siempre lo va a guiar,
siempre lo va a guiar,
siempre lo va a guiar...
Solo te pido una sonrisa más,
para saber cómo sonreir de aquí en más;
solo quisiera hacerte el mejor favor,
para que mi culpa se vaya con el Sol,
y la Luna no me reproche
lo que el tiempo no me dejó vivir con vos.
Solo te pido una lágrima más,
que inunde todo mi corazón;
solo quisiera una última despedida,
que manche de alegría el resto de mi vida;
y mientras mis lágrimas de luto caen en tu mejilla,
entiendo que no tendré lo que más quiero,
ese minuto más,
solo un minuto más,
solo un minuto más...
domingo, 5 de julho de 2009
Noturno

O medo da noite. Estava tudo lá: intenso, frio e absolutamente vivo. Mas vieram as cores em forma de luz e as almas em coro. E o eco das vozes ressoou pelos olhos da platéia. Ou terão sido as idéias que fizeram tal estrondo? Estrondo mesmo fizeram meu sorriso e a sensação de aconchego que ainda estão aqui.
Vermelho. Verdadeiro. Cadeirante.
"É à noite, que a gente sai pra procurar o que não vai encontrar... Nunca!"
From mom
"Quando você nasceu, todos riram e só você chorou. Viva de um jeito que, quando você morrer, todos chorem e você possa rir."
quarta-feira, 1 de julho de 2009
A ilusão da monogamia - parte 2
A felicidade é o objetivo? Gandhi diria que é o caminho. Mas esse caminho é o objetivo?
Uma vez, um padre disse que uma pessoa não deveria casar para tentar ser feliz, mas para tentar fazer alguém imensamente feliz. E é possível fazer alguém feliz estando-se infeliz? A fala do padre só vale para pessoas que já são felizes.Ou algo que o valha.
E o que faz de você alguém feliz agora?
Ilusão é manter uma situação que só é confortável para uma das partes. Só é possível amar uma pessoa a cada momento? Abrir mão de uma dada felicidade que, se concretizada, não faria mal algum à outra parte é o que você chama de felicidade?
Que felicidade é essa que te faz infeliz?
Contratos só são quebrados e ferem quando há conhecimento.
Uma vez, um padre disse que uma pessoa não deveria casar para tentar ser feliz, mas para tentar fazer alguém imensamente feliz. E é possível fazer alguém feliz estando-se infeliz? A fala do padre só vale para pessoas que já são felizes.Ou algo que o valha.
E o que faz de você alguém feliz agora?
Ilusão é manter uma situação que só é confortável para uma das partes. Só é possível amar uma pessoa a cada momento? Abrir mão de uma dada felicidade que, se concretizada, não faria mal algum à outra parte é o que você chama de felicidade?
Que felicidade é essa que te faz infeliz?
Contratos só são quebrados e ferem quando há conhecimento.
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terça-feira, 30 de junho de 2009
E para onde fui?
Objetividade, eficiência, concentração e lógica. Não tenho sido eu, ultimamente. Mas então, quem terei sido?
sábado, 27 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Não quero
Não quero que ela vá embora. Não quero nunca mais poder pegar naquelas mãos velhinhas, nunca mais ouvir aquela voz. Não quero uma tarde triste de domingo e uma dor sem começo nem fim. Mas as horas sempre chegam. É outono.
A árvore
Hoje balancei uma árvorezinha ao sol do meio-dia... Sensação estranha...Como balançar um corpinho que é só osso...
domingo, 17 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
sábado, 9 de maio de 2009
quinta-feira, 30 de abril de 2009
As lamúrias da desigualdade
(Ler ouvindo)
Ele e ela não sentem igual. Nem melhor, nem pior, só desigual.
Você faz parte da família, ela não lhe dirá nada e depois voltará atrás. Não enquanto depender dela.A sua dor não será preferida para poupar outrém, ao menos não sempre. Ela o ama, mas não assim.
Você faz parte da vida, ele lhe dirá coisas e voltará atrás sempre que a família à qual você não pertence precisar. A sua dor deverá ser abstraída e aceita. Ele a ama, mas não assim.
E, no fim, não há espaço no seu bote. Então ela vai nadando.
Ele e ela não sentem igual. Nem melhor, nem pior, só desigual.
Você faz parte da família, ela não lhe dirá nada e depois voltará atrás. Não enquanto depender dela.A sua dor não será preferida para poupar outrém, ao menos não sempre. Ela o ama, mas não assim.
Você faz parte da vida, ele lhe dirá coisas e voltará atrás sempre que a família à qual você não pertence precisar. A sua dor deverá ser abstraída e aceita. Ele a ama, mas não assim.
E, no fim, não há espaço no seu bote. Então ela vai nadando.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Café Filosófico
Homens e suas coisas...Ou nossas coisas....
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sábado, 25 de abril de 2009
To forget
Ah, a minha sempre presente inabilidade em esquecer! Não só as coisas ruins, como as boas. E, não, as boas nem sempre são boas. Há lembranças que só significam algo se inexistirem. Tão paradoxal quanto verdadeiro. Ver o que foi habilita-me a ver o que não é. E, vez ou outra, sou mais feliz na escuridão.
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vermelho
“…Living a life I can´t leave behind…”
Isto tudo é por causa do que foi. Esta latente necessidade de pegar a bicicleta e pedalar por ruas numeradas que tão bem dividem quarteirões. O querer seguir o rumo definido pelo pôr-do-Sol e sentir o frio que faz quando a noite não tardará. A saudade da pequena distância a que já estive do que deve ser a liberdade. O não precisar de nada, nem casa, nem amor.
Isto tudo são saudades do que foi e nunca voltará a ser. Ou do que é, mas não aqui.
Isto tudo são saudades do que foi e nunca voltará a ser. Ou do que é, mas não aqui.
From Loirinha
"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
sexta-feira, 24 de abril de 2009
As melhores cantadas nerds
I wish I was RNA, so I could have U...
You're so hot you denature my proteins!
My sudden protracted cardiac arrhythmia tells me I love you!
Boy whenever I am near you, I undergo anaerobic respiration because you take my breath away!
Hey baby, can I be your enzyme? Because my active site is dying for a chemical reaction...
It’s a good thing you've got evaporative cooling, cause I’m going to make you sweat!
Baby, you must be a promoter sequence because you are turning me on.
You're so hot you denature my proteins!
My sudden protracted cardiac arrhythmia tells me I love you!
Boy whenever I am near you, I undergo anaerobic respiration because you take my breath away!
Hey baby, can I be your enzyme? Because my active site is dying for a chemical reaction...
It’s a good thing you've got evaporative cooling, cause I’m going to make you sweat!
Baby, you must be a promoter sequence because you are turning me on.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
A ilusão da monogamia – parte I
Pessoas não têm donos. Não neste século e não nos países dotados de alguma sensatez (mesmo que este conceito tenha tornado-se tão difícil de entender). Tolos somos ao acreditarmos que possuímos alguém como quem possui um violino (e quem realmente possui um violino?). De nada vale a artificialidade dos poderes sobre os corpos alheios se seus pensamentos nos são indecifráveis. Nos sonhos, somos todos livres.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Um dia antes, um presente

Fria e seca era uma manhã de julho. Não demorou muito para que sentisse a leve e úmida textura do canteiro de flores no qual se encontrava deitado. O sol invernal brilhava forte e os carros que passavam buzinavam daquela maneira que só fazem em certos dias despercebidamente mágicos. O cheiro de mato e fumaça inebriavam-no e produziam algo entre êxtase e espanto. Não podia ser real. Primeiro sentou-se, como quem esperasse que, ao fazê-lo, acordaria numa cama fria já com o despertador a massacrar-lhe os ouvidos. Não acordou. Tocou os braços, a face, os cabelos que misteriosamente ressurgiram. De um salto só, pôs-se em pé e dedicou os quatro minutos e vinte e oito segundos seguintes a gritar e rodopiar, enquanto chutava as flores e alguma touceira mais desafiadora que lhe surgisse à frente. Ao fim dos giros, sentiu os músculos cansados, a cabeça um tanto quanto aérea e o peito dolorido pelo ar frio e violentamente inalado. E o coração. Batida a batida quis chorar. E chorou. Aquele lugar, sabia-o bem. Se caminhasse em direção às rotatórias, estaria na casa dela antes que um bolo pudesse ficar pronto. Soou como uma excelente idéia e, por assim ser, iniciou a caminhada como quem saltita ao voltar para casa. Casa. Aqui não havia uma guerra, nem tanques, botinas enlameadas, corpos conhecidos desfigurados e apodrecendo. Não havia a dor de ter sepultado o filho e a noiva, nem a vergonha de ter findado outras vidas. Aqui era antes, quinze anos antes. Aqui ainda se podia mudar o rumo das coisas e fazer ver às pessoas. Aqui eram os vinte e três anos e a segunda chance de buscar o infinito.
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sexta-feira, 27 de março de 2009
Decisão
- John, há 4 mulheres nuas na sua piscina!! Como você explica isso???
-Paul, tomei uma decisão.
-E qual é?
-Vou nadar.
-Paul, tomei uma decisão.
-E qual é?
-Vou nadar.
Radiohead – parte 3
Depois de Idioteque foi que começou minha corrente depressão. Sofro de falta de sonhos. Melhor: falta de objetivo musical. “Is this really happening?”. Faltava algo e este vazio é o que perdura. O que vem depois é culpa deles.
Radiohead – parte 2
Weird fishes.
A minha canção favorita nos últimos tempos foi alucinante. Luzes. Imagens. A maneira como as pessoas balançavam todas juntas. Sensação de que o mundo havia parado só pra ouvir: “Your eyes, they turn me...”
A minha canção favorita nos últimos tempos foi alucinante. Luzes. Imagens. A maneira como as pessoas balançavam todas juntas. Sensação de que o mundo havia parado só pra ouvir: “Your eyes, they turn me...”
segunda-feira, 23 de março de 2009
Radiohead - parte 1
Foram dores. Dores nas costas, nos pés, nas pernas, no pescoço e no coração. Sendo esta última muito diversa das primeiras e superiormente interessante.
E houveram cores mágicas.
Como um sonho.
E houveram cores mágicas.
Como um sonho.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Detergente
Como numa noite estranha, detergente de maçã escorre pelas paredes do meu quarto e patos vestem calções com motivos natalinos. A vida tem melhorado.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Dor
Se houvesse aqui qualquer decência e responsabilidade, haveria também um ônibus logo pela manhã. Eu não poderia respirar sabendo que causo dor sem fim às pessoas.
Indescritível
Faz frio aqui. Acabo de acordar e descobri que tenho 23 anos. Meu coração bate tão forte que sinto que vai explodir a qualquer segundo. Medo. Creio que fui morta.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Na chuva
Aparentava 33 anos mas podia ser que fosse menos.
Sentou-se ao meu lado e perguntou se poderia conversar comigo. Disse que sim e arrependi-me logo no minuto seguinte. Cheirava à cachaça e pedia dinheiro. Contou que esteve em muitas cidades, mas que sua cidade natal era Marília. Queria voltar para a terrinha, no entanto, os caminhoneiros só davam carona às vagabundas. Os dez reais que trazia no bolso não eram o suficiente para comprar a passagem de ônibus. Enquanto eu concentrava-me neste escrito, disse que minha letra era muito bonita (e todos sabem que não é...). Comentou sobre o tempo ruim e cogitou ir a pé para casa, o que levaria muitos dias. Calou-se ao contemplar uma pomba banhando-se na água acumulada na calçada. Vez ou outra, perguntava para onde mesmo eu estava indo. Disse, com ares de doçura, que quando eu me levantara para pegar uma caneta, ficara de olho nas minhas malas para que ninguém mexesse nelas. “Se fizesse isso em São Paulo, tinha perdido as malas”. Calçava um pé de Havaianas de cada cor e não fazia idéia de como explicaria isso aos pais.
Foi embora uns quinze minutos depois, desejando-me felicidades. E senti falta dele.
Sentou-se ao meu lado e perguntou se poderia conversar comigo. Disse que sim e arrependi-me logo no minuto seguinte. Cheirava à cachaça e pedia dinheiro. Contou que esteve em muitas cidades, mas que sua cidade natal era Marília. Queria voltar para a terrinha, no entanto, os caminhoneiros só davam carona às vagabundas. Os dez reais que trazia no bolso não eram o suficiente para comprar a passagem de ônibus. Enquanto eu concentrava-me neste escrito, disse que minha letra era muito bonita (e todos sabem que não é...). Comentou sobre o tempo ruim e cogitou ir a pé para casa, o que levaria muitos dias. Calou-se ao contemplar uma pomba banhando-se na água acumulada na calçada. Vez ou outra, perguntava para onde mesmo eu estava indo. Disse, com ares de doçura, que quando eu me levantara para pegar uma caneta, ficara de olho nas minhas malas para que ninguém mexesse nelas. “Se fizesse isso em São Paulo, tinha perdido as malas”. Calçava um pé de Havaianas de cada cor e não fazia idéia de como explicaria isso aos pais.
Foi embora uns quinze minutos depois, desejando-me felicidades. E senti falta dele.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Porque tem horas que fico cansada de prestar atenção e tentar entender essas coisas todas que preenchem o espaço entre as pessoas e os sonhos...
Presto atenção às coisas como se em algum momento fosse ver surgir, impetuosa e salvadora, a resposta.
Dois reais
Era uma mocinha cuja camiseta trazia a palavra "Diesel". Na testa um "FEA" em tinta verde.No braço direito, um "USP". Nos lábios, um pedido. Do outro lado do vidro, era ela de vestido barato,sacolas de supermercado, uma criança à tiracolo.O que as uniu por um breve segundo foi uma nota de dois reais.Os dois reais que talvez faltassem sempre a uma das partes e, que de tão miúdos, nunca se tenham feito notar pela outra.Os dois reais que jamais fariam o caminho inverso. Os dois reais que simbolizavam a tal da esperança e que ninguém viu.Os dois reais mais dolorosos e significativos que já vi.
E senti vergonha.
E senti vergonha.
Ironias
O teu companheirismo fez-me companheira e a minha liberdade fez-te livre. Não há mais o que se fazer.
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Mudando
Foi uma formatura. Não uma qualquer, mas sim uma dessas que deixam impressões tão bem marcadas quanto gotas de tinta vermelha num sulfite bem branco.
Eu vi um balão que trazia em si o mapa mundi e era levado de cá para lá por canudos dançantes e capelos pretos.
Alguém com a barba já branca afirmou que poderia dizer muitas coisas numa data como aquela, mas, como todo grande momento, a melhor forma de traduzi-lo era o silêncio.
Houve Gandhi e a velha sensação de que tudo muda o tempo todo.Mas de que nem sempre foi assim.
Fumar sempre mata. Se não você, as pessoas à sua volta.
Eu vi um balão que trazia em si o mapa mundi e era levado de cá para lá por canudos dançantes e capelos pretos.
Alguém com a barba já branca afirmou que poderia dizer muitas coisas numa data como aquela, mas, como todo grande momento, a melhor forma de traduzi-lo era o silêncio.
Houve Gandhi e a velha sensação de que tudo muda o tempo todo.Mas de que nem sempre foi assim.
Fumar sempre mata. Se não você, as pessoas à sua volta.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O curioso caso

Uma graça. Maquiagem assustadora de tão boa, história do tipo suspiro (doce e leve) e uma porção de coisas no que pensar. E Pitt pra dar e vender. Sem falar nos cabelos ruivos mais lindos que já vi.
Claro,como em toda sala cheia, o cara que ria até nos momentos mais dramáticos sentou atrás de mim. Bem como o fez uma velhinha que, ao final do filme, disse que aquilo tudo era uma bobagem e que um ano luz é mil vezes um milhão.Antes a velhinha, claro!
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Amor
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