segunda-feira, 29 de novembro de 2010

The day I tryed to live

Corações apaixonados são como pássaros: quando amados e por isso livres, são fiéis em totalidade. Mas asas serão sempre asas, e há muitos outros pássaros no céu.

As notícias do reino

Mudei-me para Piedade-SP há pouco mais de 40 dias.
Agora, sou bióloga da Coordenadoria do Meio Ambiente da cidade. Devo dizer que tenho me divertido muito. Meus companheiros de Coordenadoria são pessoas singulares. Neles vejo a vontade de mudar o mundo ao nosso redor e de deixar boas marcas para o futuro.

Nesta manhã, lá pelas 4h, sonhava que estava no trabalho, quando acordei na cama. E quis muito voltar a sonhar para estar no trabalho. Em apenas alguns raros momentos da vida me senti assim.

De uma maneira quase misteriosa, cheguei a esse emprego sem que nem tivesse procurado por ele. E toda a minha trajetória até agora (o mestrado abandonado, o trabalho no parque e no hotel, as minhas lindas crianças e amigas na escolinha...) faz sentido. Cada pequenino momento até aqui ajudou a imprimir significado ao que vivo agora.

Neste momento, sou, provavelmente, a pessoa com o melhor trabalho no mundo inteiro!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Há um sentimento no que não existe mais que incomoda e encanta. A sensação do novo, dos primeiros suspiros, das inquietudes e da esperança de salvação. Há sempre saudade dos breves momentos quando nos imaginávamos de fato felizes. Quando escrever era simples porque não havia dor mais deliciosa. Porque ser amado é uma dor. É uma dor que faz muita falta. Que incomoda e encanta.Mas vivo numa mente sem lembranças.

sábado, 28 de agosto de 2010

Textos incríveis de Lydia Davis

NOSSA GENTILEZA

Sonhamos em ser muito gentis com todo o mundo. Mas aí não somos nem um pouco gentis com o próprio marido, a pessoa que está mais ao alcance de nossa mão. Mas aí achamos que ele está nos impedindo de ser gentis com todo o mundo. Porque ele não quer que a gente conheça aquelas outras pessoas, é o que a gente pensa! Ele prefere que a gente fique aqui, na nossa própria casa. Ele diz que o carro é velho. A gente sabe que na verdade ele prefere que a gente só trave conhecimento com um número limitado de pessoas no mundo, ele é assim. O que ele diz é que o carro não poderia nos levar muito longe. A gente sabe que ele prefere que a gente cuide de nossa própria casa e de nossa própria família. Nossa casa não está limpa, não total-
mente limpa. Nossa família não está totalmente limpa. A gente acha que o carro daria conta do recado perfeitamente. Mas ele acha que a gente pode estar querendo sair e ser gentil com outras pessoas só porque a gente prefere não estar em casa, porque a gente prefere não se esforçar em ser gentil só com essas três pessoas?– entre tantas pessoas que existem no mundo exatamente as três pessoas mais difíceis?–, embora a gente possa facilmente ser gentil com muitas outras pessoas, como as que a gente encontra nas lojas aonde vamos, porque lá, diz ele, é seguro ir com nosso carro.


TENTANDO APRENDER

Estou tentando aprender que esse homem que brinca comigo é o mesmo homem sério que fala comigo sobre dinheiro e com tanta seriedade que nem parece mais que está me vendo, e também o homem paciente que me dá conselhos em momentos difíceis, e o homem zangado que bate a porta com força quando sai de casa. Muitas vezes desejei que o homem brincalhão fosse mais sério, que o homem sério fosse menos sério e que o homem paciente fosse mais brincalhão. Quanto ao homem zangado, ele é um estranho para mim e não sinto que seja errado ter ódio dele. Agora estou aprendendo que, se digo palavras ásperas para o homem zangado quando ele sai de casa, estou ao mesmo tempo magoando os outros, aqueles que não quero magoar: o homem brincalhão que me caçoa, o homem sério que fala sobre dinheiro e o homem paciente que me dá conselhos. No entanto, eu olho para o homem paciente, por exemplo, a quem quero acima de tudo proteger de palavras ásperas como as minhas e, embora eu me diga que é o mesmo homem que os outros, só consigo acreditar que falei aquelas palavras não para ele, mas sim para um outro, meu inimigo, que merecia toda minha raiva.


O QUE EU SINTO

Hoje em dia tento dizer a mim mesma que o que eu sinto não é muito importante. Agora já li isso em muitos livros: o que sinto é importante, mas não é o centro de tudo. Pode ser até que eu entenda essa ideia, mas não acredito nela com convicção suficiente para orientar minhas ações em função dela. Gostaria de acreditar nisso com mais convicção.

Que alívio seria para mim. Não teria mais de ficar pensando o tempo todo naquilo que sinto e tentando controlar esse impulso, com todas as implicações e consequências que isso acarreta. Eu não teria de ficar tentando me sentir melhor o tempo todo. Na verdade, se eu não acreditasse que o que eu sinto é tão importante, na certa eu nem sequer me sentiria tão mal e não seria tão difícil me sentir melhor. Eu não teria de dizer: Ah, me sinto horrível, parece que cheguei ao fim, aqui nesta sala escura, tarde da noite, com a rua escura lá fora, sob a luz dos postes, estou tão sozinha, todo mundo em casa está dormindo, não há nenhum consolo em parte alguma, só eu sozinha e mais nada aqui embaixo, nunca vou me acalmar o suficiente para dormir, não vou dormir nunca, nunca vou ser capaz de chegar até o dia seguinte, não consigo continuar, não consigo de jeito nenhum, não aguento viver, nem sequer até o próximo minuto.

Se eu acreditasse que o que eu sentia não era o centro de tudo, então não seria o centro de tudo, seria apenas mais uma entre muitas outras coisas, à margem, e eu seria capaz de ver e prestar atenção a outras coisas que eram igualmente importantes e desse modo eu teria algum alívio.

Mas é curioso como você pode ver que uma ideia é absolutamente verdadeira e correta e mesmo assim não acreditar com convicção suficiente para orientar suas ações por ela. Assim eu ajo como se meus sentimentos fossem o centro de tudo e eles ainda me levam a acabar sozinha diante da janela da sala, tarde da noite. O diferente agora é que tenho esta ideia: tenho a ideia de que em breve não vou mais acreditar que meus sentimentos são o centro de tudo. Isso é um verdadeiro consolo para mim, porque desse jeito perdemos a esperança de continuar, mas ao mesmo tempo dizemos para nós mesmos que nosso desespero talvez não seja muito importante; então ou a gente para de se desesperar, ou continua a se desesperar, mas ao mesmo tempo começa a ver como nosso desespero também pode se deslocar para a margem, uma coisa entre tantas outras.


O MOMENTO MAIS FELIZ

Se você perguntar qual a história predileta entre as que ela mesma escreveu, ela vai hesitar por muito tempo e depois vai dizer que talvez seja essa história que ela leu num livro faz tempo: um professor de inglês na China pediu a seu aluno chinês que contasse qual foi o momento mais feliz da vida dele. O aluno hesitou bastante. Por fim sorriu meio encabulado e disse que, certa vez, sua esposa tinha ido a Pequim e comido um pato, e que ela muitas vezes falava sobre isso com ele e ele teria de responder que o momento mais feliz da vida dele foi a viagem da esposa e ela ter comido o pato.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ah! O amor!



(ignorar erros idiomáticos)

domingo, 22 de agosto de 2010

O Ed



O Ed é umas das pessoas mais fantásticas que conheci. De uma simplicidade e alegria que dão gosto, ele desenha de uma maneira que você e eu nunca vimos.
Se eu me mudar, quero ser vizinha dele.
Saudades do Ed.

A Copa do Cabo ao Rio



A segunda coisa que eu quero mostrar é uma matéria da Daniela Pinheiro, que, descobri nos últimos tempos, é uma jornalista incrível!

Como eu não gosto de Copa por milhares de razões, descobri aqui outras tantas pra não gostar. Se você ler a matéria inteira e ainda assim achar que a Copa é uma boa coisa, acreditarei que este mundo perdeu-se de vez. Sim, eu quero angariar almas discordantes dessa tal festa da bola. E quero isso porque me é muito difícil lidar com as pessoas empolgadas em épocas de Copa e não descabelar-me. Não dá. Todo mundo devia ler isso aí. Mas ler de verdade, com atenção.

Aqui abaixo está o link que o leva direto pra reportagem. A piauí também está na internet e é possível ler seus textos sem dispender um centavo. As reportagens são enormes, mas deliciosamente cativantes. Também é possível baixar capas e usar como papel de parede ou fazer seus downloads em alta definição e imprimir em A4. São muito bonitas. Tem novelas de rádio também. Também incríveis.
Enfim, depois, dê uma olhada por aí.
Fim do merchan.

O link: piauí - A Copa do Cabo ao Rio

piauí

Meus amigos já estão, provavelmente, cansados de me ouvir falar no quanto gosto dessa revista. Mas é muito verdade! A piauí (assim mesmo, com minúscula) é uma revista linda, cheia de textos divertidos e dramáticos também. Jornalismo como eu sempre quis fazer. Alguns dizem que é jornalismo literário...Tem duas (na verdade tem uma infinidade, mas é necessário ter moderação) coisas que eu li nessa revista e quero mostrar.



A primeira é uma coisa bonita que a Luciana Elaiuy publicou na revista e que transcrevi logo baixo. A segunda merece outro post.


O SAL
Saiu pra comprar sal. Nem sempre a doce vida é a melhor vida. Doce enjoa. O sal dá sede. Sal deixa a gente vivo. Ele saiu pra comprar sal.
Deixou a casa acesa. A luz em cima da mesa. A busca é sempre a mesma: levar o sal pra casa, tempero de uma risada, graça até pro copo d'água,mas a sede é sempre vesga.
Ele cruzou esquinas, cruzou os dedos, mal sabia. O sal era a ausência que ele deixava quando saía, era o frio de estar sozinho, o sal era só até a esquina, era ela sentir a falta um pouquinho. E ela sentiu. Por isso temperou os planos pro futuro com têmporas tensas e empolgadas. Visões um tanto salgadas, mão molhada, ela sob a luz daquela mesa. Esfomeada. Esperou. Mais um tanto de espera, ele não voltou. Pesou demais a mão no tempo e o tempero dessalgou.
Ela escreveu na geladeira "o sal acabou". E saiu pra comprar um doce, mas a busca é sempre amor.

Just

Japas dançantes

Poubelle International - "The School Reunion" Official video from Nicholas Wakeham on Vimeo.

Mais de Sheakespeare

Onze meses depois que o jovem Montecchio rabiscou como quis o coração de Julieta, resolveu que era hora de não mais se importar. Arredio, afastou-se. Não escrevia mais, não ligava mais, não aparecia no meio da noite para passar curtas horas com a amada. O passar do tempo faz tudo parecer trabalhoso demais. E Romeu já tinha trabalho de sobra. Inconformada, Julieta acabou-se em bebida e cigarros. Todas as noites, olha para o porta-retratos vazio que comprou naquela tarde. No papel desbotado que antecede a fotografia, lê "Remember" e chora.

Echoes

"And no one sings me lullabies
And no one makes me close my eyes
So I throw the windows wide
And call to you across the sky"

sábado, 24 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

Eu não gosto da Copa. Eu torço contra. Eu acho tudo tão vergonhoso. Eu posso ser desagradável falando sobre o tema.


Por uma vida sem vuvuzelas, patriotismo sazonal e feriados insanos.

Zido


Na Copa de 98, meu pai trouxe para casa um cachorro meio marrom, muito estranho. Ele ainda era um filhotinho e estava coberto de sarna e cheio de vermes. Da primeira vez que tomou banho, pareceu-me que eu estava segurando um sapo com pelos. Eu tinha 13 anos e adorava cães.

Meu pai disse que ele era um último de uma ninhada de 8 filhotes. A mãe, uma pastora alemã, dera cria lá perto da roça e acabara sendo atropelada e morrendo. Sem mãe, os frágeis filhotes morreram logo. Só aquele sobrevivera.

Como tínhamos acabado de adotar um filhote da cachorra da vizinha, o Roliço, tive que implorar para ficarmos com ele também. Ficamos. O Brasil perdeu na final e o cachorro recebeu o nome de Zidane.

Passei noites carregando o Zidane na cozinha, já que ele chorava muito e meu pai não era grande simpatizante de choros no meio da madrugada.

O Zido cresceu e se tornou um cachorro legal. Ele era meio bobo, mas era alegre e agitado. Eu queria ser como o Zidane.

Das peripécias, lembro que comeu uma cueca do meu irmão, roubou maçãs, matou frangos, quase me derrubou uma dúzia de vezes, jogou futebol, escapou e tomou banho no rio,teve a pálpebra rasgada pelo espinho de um ouriço, teve muitos bernes, teve casos, teve raros banhos, teve afagos,teve conversas. Depois ficou velhinho e teve osteoporose. Nunca mais correu daquele jeito ensandecido, com a língua de fora. No dia em que fez 12 anos, meu pai o encontrou morto pela manhã.

Sinto falta dos olhos mais felizes que já vi.

From Before sunrise

O aniversário da Li


Li, pra você um aniversário bem bonito, cheio de sensações estimulantes, pessoas que fazem não querer dormir nunca mais, pessoas que fazem querer dormir pertinho,morango com chocolate, massagem nos pés, Mônica Salmaso ao fundo, cheiro de praia, velas, rede, brinquedos antigos, blusa xadrezada, vento do metrô, abraços. E cores do Holi.

Mesmo com mais de mês de atraso.

Além de flocos, ainda existe o de morango, limão, pistache, creme...

Este blog anda às moscas. Coitado. Meu tempo não tem sido o suficienete para me dedicar como deveria a este espaço. E o que é mesmo que eu queria quando criei isto? Ah! Queria mostrar beleza, segundo minha concepção de beleza, queria fazer ver. Só que mostrar beleza demanda muito mais esforço do que aparenta. Na pressa, vão só umas tirinhas, músicas lindas que meus amigos mais dedicados garimpam e me mostram.

Sinto falta de acabar com esta grande necessidade de escrever que me consome todas as noites. É uma vontade que assemelha-se muito à necessidade de comer um doce depois do jantar...Mas é de tal forma acentuada, que o não escrever me deixa mal humorada e torno-me rasa. E não há no mundo nada que me desagrade mais do que sentir-me rasa.

A começar do princípio, abandonei um mestrado quase concluído porque eu não amava aquela vida. Depois de trabalhos inusitados (nada de sexo, já acabando com as esperanças dos mais criativos), tornei-me recreacionista. Hoje passo os dias preparando e aplicando atividades lúdicas e educativas numa escolinha bem longe de casa. É um trabalho muito bacana, visto que sempre preferi as crianças às rodas científicas (sim, eu prefiro falar de dragões e pó mágico do que de termorregulação...Mas não se trata de um desmerecimento, claro). Ensinar sempre me foi um prazer. Olhando a vida, percebo que em cada época, as atividades nas quais me saí melhor foram aqueles relacionadas ao ensino. Claro, eu poderia ensinar e ter um mestrado.Mas, sabe?, eu não queria.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Beatriz

Porque ouvir a Salmaso cantando foi uma das minhas mais felizes aventuras. E mais felizes noites. Beatriz é um bom nome se for uma menininha.

Tempo

A vida anda tão corrida que não tenho tido tempo de ficar triste. Parece emo, de fato. Mas refiro-me àquela tristeza contemplativa necessária para que entendamos o nosso papel neste mundo, e vejamos (de verdade) os que nos cercam.

Tenho apenas guardado as tristezas para chorá-las mais tarde.
O que sinto, no entanto é vazio.
Esse é o perigo de se guardar tristezas: viram vento de uma hora para outra.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vida e morte

É meu estranho gosto pelo complicado, pelo diferente, pelo difícil que vai acabar por me matar. Aprecio a simplicidade alheia, mas não posso suportá-la em mim por mais que algum tempo. Eu preciso dos impossíveis, dos dolorosos, dos cruéis e dos solitários. Nunca fui mesmo uma boa pessoa...Eu não preciso de chão.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Hino à criança

Olhando pros meus pequenos dançando essa música hoje, tive, pela primeira vez, a sensação de que eles estão crescendo e que estão sendo felizes. E, melhor ("egoísticamente" falando), senti que faço muito parte disso!

Quase chorei de tão boba...

Quero os meus!!!

sábado, 24 de abril de 2010

Let it be

Estava aqui pensando que sinto muita falta de umas coisas que eu tinha e acabei perdendo:


1) Minhas leituras de poesia, que faziam a vida tão mais florida e rica
2) Minha disposição pra andar de bicicleta, que fazia tão bem ao meu joelho
3) Meu desprendimento das pessoas, para que elas vivam o que achem melhor
4) Meu baldinho para guardar lápis e canetas
5) Minhas bermudas de cotton
6) Ouvir músicas novas
7) Ir ao cinema ao menos uma vez por semana
8) Minha alegria e interesse sincero pelos outros
9) Minha paciência com minha mãe
10) Meu ferro de passar

Uma delas, pretendo retomar hoje.

"Enquanto lembramos, tudo é possível"

Liberdade

"E que eu por ti, se torturado fôr,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo e murmurar teu nome."
Marighella

Togetherness



Essa é uma palavra de uma canção. Uma canção que gosto. E essa palavra exprime muita coisa. E pra alcançar a (eu escolhi o gênero) "togetherness" ainda falta muito, quase tudo.

Penso agora se ela existe de fato. Utopicamente, togetherness + liberdade seria a combinação que faria de mim a pessoa mais feliz jamais vista. Talvez seja a solução para todos os males.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Missa

" Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece a palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão" (Is 5:10-11)

domingo, 4 de abril de 2010

Ausências e dores maiores

"Ela teria ficado lá, sentadinha na calçada, mesmo se estivesse chovendo, só para esperar por você. E só sairia de lá quando você chegasse."

Se você tivesse dito que precisava dela, ela não teria ido. Se tivesse chorado de saudades e ligado dizendo para que ela ficasse, ela não teria ido. Mas se fosse você que tivesse ido, ela estaria sentada à sua porta esperando você chegar. Ela teria comunicado a sua dor a você e teria deixado-o saber da falta que fazia. Ela não enumeraria as provas de amor. Ela lhe diria que o amor só existe no segundinho em que se faz provar.

Se você pedisse, ela teria ficado. Se você pedisse, ela teria ido.

terça-feira, 23 de março de 2010

A trilha da minha vida

How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd.

sábado, 20 de março de 2010

O amor e o valor das palavras


Para ele, o "eu te amo" era apenas um artifício de quem não demonstrava com atos a magnitude de seus sentimentos.

Para ela, era o que restava dizer quando percebia que ato algum poderia expressar a grandeza do que sentia.

segunda-feira, 15 de março de 2010

A resposta

" Por que parece que você não quer ficar perto de mim?"

Porque as geleiras estão derretendo, porque a Dercy morreu, porque Lombardi morreu, porque o carnaval acabou, porque Renato Russo não escreve mais, porque eu queria morar na casa do Neruda, porque posso ter uma gastrite, porque as flores já foram mais belas, porque é quase Páscoa, porque ficamos mais velhos, porque não se encontra mais sabonete do Snoopy, porque nunca mais empinei pipa, porque tem feito calor.

Mas foi o " Porque é a verdade" que ecoou no quarto silencioso. E porque ainda ecoa.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O caso é...

... Que preciso resolver esse meu problema de intolerância a determinatos tons de voz. Definitivamente.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Naquela escolinha...

...Tem de tudo!

Emo:
- Tia, vamos brincar de morrer?
- Não! Temos que ficar vivos.
- Vai, tia, por favor!Só um pouquinho...
- Não, não dá pra brincar de morrer...
(depois, enquanto se pendurava nuns elásticos)
- Tiaaa!!!! Tô brincando de morrer!!!
- É... Bem... Excelente!

Menino das cavernas:
- Por que você bateu na cabeça do seu amiguinho?
- Porque eu queria aquela pecinha que ele tava segurando...

Estereótipo infantil
- Não me diga que você estava brincando de molhar a toalha na privada!
- Ah, tia, eu tava com calor...


Só vendo!

I did.

Há coisas que só seriam resolvidas se eu soubesse tocar piano.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Thin Lizzy

O que me faz pensar...

...não é a presença de coisas estranhas no histórico, mas, sim, a ausência dele...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A carta




Querido,

deixo-te esta carta por saber que não mais nos veremos. Não estarei em casa quando chegares, não estarei na sorveteria de costume quando dobrares a esquina, não estarei estendendo lençóis brancos no varal antes do almoço. Nunca mais nos veremos e é só do que sei de fato. Os dois iremos envelhecer e morrer e ainda assim, não nos encontraremos. Fiz, é verdade, muitas coisas das quais não me orgulho e sei que te deixei embaraçado na presença dos amigos teus. Fui vil, negligente, roubei os teus anos exigindo que prestasses atenção somente à minha existência.

No entanto, meu eterno amor, quero deixar registradas aqui todas as razões pelas quais decidi, um dia, que seria tua e de mais ninguém. E o faço para que te lembres de teres sido amado e saibas que és, deveras, melhor que os outros homens do mundo.

Tu acordas no meio da noite e envolves-me em teus braços, e desperto de meu sono ao ouvir o "eu te amo" que pronuncias docemente ao meu ouvido. Pela manhã, tu olhas longamente para o meu rosto e perguntas se quero ter os filhos teus. Tu me abraças enquanto me visto, beijas-me sem pressa e fechas os olhos, como se para ver-me por outro sentido que só tu conheces. Diriges teu veículo devagar,enquanto com a mão direita apertas as minhas. Tu ouves Chico no trajeto e fazes silêncio frente à melodia e às curvas da pacata cidade. E vez ou outra ofereces-me um desvio de trajeto, uma possibilidade de mudar a vida, de partir. Conheces-me tão bem que carrego comigo a dor de ter te permitido tal profundidade, pois conhecer-me não é sempre bom. Tens momentos de angústia, quando esse saber transfigura-se em medo e solidão. E a tua solidão envolve-se com a minha. E somos sozinhos juntos. Num lampejo, deixas tudo de lado e amas-me até as lágrimas, geralmente minhas. Nos dias de frio tornas-te ainda mais lúcido. Danças comigo sem saberes como nem porquê. Contas-me tuas piadas ruins como se fossem boas. Reclamas meus gestos face às minhas palavras. Ouves em silêncio as minhas queixas e em igual silêncio mas afasta. Lembras-me, sem saberes, da humanidade que nos guia, orgulha e envergonha e por isso sou tão grata. Dizes-me tudo que não deverias e só quero estar perto de ti. Sabes de cor todas as datas de nossas vidas, como se estivesses, há muito, pensando acerca delas. Queres-me por perto e fazes todo o que podes para certificares-te da minha existência e verdade. Dás-me conforto por deixares-me perceber que és meu e agrides-me ao insinuares que podes não sê-lo. Vais e voltas. Alegras-te e entristeces-te nesse universo que em certas horas é apenas teu. Mas és em essência triste, e não há no mundo o que me fascine mais. És real ainda que em sonhos. E delicia-me a tua música, toda ela...Até a que só eu sei ouvir.

Agora vou porque já são horas. Tenta não pensar demais nas coisas não ditas ou nos motivos de minha partida. Fui para que ficastes. Lembra-te da noite quando nos conhecemos e esterei viva nela. Todo o mais guarda no esquecimento.

Dá comida ao cão e rega as flores do vaso grande. Procura a fotografia do algodão-doce para o anúncio porque a não encontrei.


Amor.


Tim Burton

E suas gracinhas.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Alma

Porque o Gustavinho e seus e-mails me fazem muito feliz!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mil perdões

O que seria deste mundo se não houvesse Chico?

Banana co again and again

As mudanças

-Oi.
-Oi, tudo bem?
-Tudo.
-Então, o que é que você vai fazer?
-Sei lá...Acho que vou mudar umas coisas, talvez me tornar cantor de cabaré ou vendedor de macacos hidráulicos.
-Nossa! Que divertido! Se o faz feliz é uma boa coisa! Você vai conhecer tanta gente diferente, histórias, lugares e vai saber fazer coisas no mínimo inusitadas!
-Pois é...Mas é caro,né? E vou ter pouco tempo...
-Ah, mas o que é que você tem a perder?
-É, tem razão. E você?
-Também pensei em mudar tudo. Vou comprar um fusca e vender bananas.
-Pagam bem?
-Não.
-Você terá que trabalhar muito?
-Sim.
-Nossa, mas por que você quer fazer isso? Sei lá...Podiam te pagar melhor...Por que você não se muda?
-Porque eu preciso experimentar as coisas. Porque é isso que me move. Porque eu me perderia para sempre se não fosse assim. Porque talvez sejam as mudanças que me façam feliz. Não o dinheiro, não o tempo, não as alegrias sempre. As mudanças. Saber que tudo é passível de mudança e por isso eterno.
-Tá.