A minha pontualidade atrasa minha vida.
Parece piada mas é muito sério. Sempre preparo tudo, planejo o tempo de cada atividade para chegar onde estou sendo esperada exatamente na hora marcada. Aí a pessoa nunca está lá. E fico esperando por vinte minutos. Claro que não tenho um livro porque deduzi (ingenua e repetidamente) que fulano estaria lá em dois minutinhos. E o tempo se esvai. Três folhas caíram ali, duas crianças correram, o guardinha peidou que eu ouvi, dois fuscas, duas motos, quis dormir doze vezes, dormi efetivamente uma. E lá vem ele pedindo desculpas pelo atraso. Claro que eu desculpo. Minha mãe diz que eu esqueço rápido, mais rápido que os outros. Bem, vez ou outra, também me atraso...É a tentativa de mudar!Mas tento não fazer isso com os pontuais. Sei como cansa. Vou ter um bloco de anotações pra essas situações. É, vou mesmo!
Um bocado de palavras para o mundo que insiste em não ver. Avassaladoras pretensões. Um tanto de hipocrisia. Bolhas de sabão. Sorrisinhos. Ironias. Amores. Tudo com açúcar colorido.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Volta
Outubro. Volto de viagem. Vejo meu filho caçula correndo pelo quintal. Ele me vê e vem sorrindo em minha direção:
- Mamãe!!!
- Meu lindo!!Como você está?Morri de saudades! Depois tive que nascer de novo...Deu um trabalho...!Conte-me:o que tem comido?
- Vegetais, mamãe!
- Hum...verdade isso?
- ...Não...Comi sanduíche de pernil hoje...Papai falou pra não te contar. Também não devo contar que ele queimou uma panela de brigadeiro ontem!
- Há!De alguma forma, isso não me surpreende!
- Mamãe!!!
- Meu lindo!!Como você está?Morri de saudades! Depois tive que nascer de novo...Deu um trabalho...!Conte-me:o que tem comido?
- Vegetais, mamãe!
- Hum...verdade isso?
- ...Não...Comi sanduíche de pernil hoje...Papai falou pra não te contar. Também não devo contar que ele queimou uma panela de brigadeiro ontem!
- Há!De alguma forma, isso não me surpreende!
domingo, 27 de julho de 2008
Tô parando
Tô parando de explicar que todas as coisas são relativas. É algo que espero que saibam. Se não souberem, ao menos considerem como verdade durante a leitura. Cansei de obviedades.
Nós que aqui estamos por vós esperamos
No answer
- Onde é que você foi doar sangue?
- Pertinho daqui. A um ônibus de distância..Hehe. Vê?Você pode pegar um ônibus e salvar uma vida!
- Também posso pegar um ônibus e perder uma vida...
- ...
- Pertinho daqui. A um ônibus de distância..Hehe. Vê?Você pode pegar um ônibus e salvar uma vida!
- Também posso pegar um ônibus e perder uma vida...
- ...
sábado, 26 de julho de 2008
All Star

Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra hoje
Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu all star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço
O tom que eu canto as minhas músicas para a tua voz parece exato
Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje
Hoje
Esta tarde está quase transparente. Quero que alguém apareça à minha porta, convidando pra comer pipoca enquanto conversamos. Quero um diálogo sem porquê e que me faça dizer todas as coisas desconexas que trago aqui. Quero desejar que o dia não acabe nunca. Quero o conforto de uma intimidade passageira.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
São Paulo e sorrisinhos

São Paulo me deu muitas coisas ruins, é verdade. Solidão desmedida, revolta, sensação de impotência. Além de me ter furtado uma bolsa de mestrado, documentos e uma bicicleta (que nem era minha). Aqui, vivi meus piores dias, os mais angustiantes.
Mas vejo que os que diziam que "o que não mata, engorda" estavam certos. Não morri e engordei, são fatos. São Paulo trouxe-me também uma serenidade para lidar com as coisas. O que me deixaria aos prantos e causaria dias de escuridão, não me provoca mais que um sorrisinho, agora. Um sorrisinho de quem sabe onde pisa, mesmo que o chão seja de folhas secas. Aprendi a desconfiar das pessoas. Mesmo parecendo ruim, desconfiar é uma forma de vê-las melhor, de fazê-las reais. Meus amigos dizem que nutro a mesma ingenuidade de sempre. Eu discordo. Mas discordar também é um dos meus fortes. Depende, claro, do que chamam de ingenuidade. Minha capacidade de acreditar nas pessoas realmente permanece inalterada. Mas acredito sabendo que podem me magoar. Antes não era assim. E, invariavelmente, doía.
Não acho que seja bom crescer aqui. Quero meus filhos no interior, tendo aquele sotaque de PieDaDe ou qualquer outra cidadezinha. Quero que tenham uma ingenuidade boa, dessas que faz querer mudar tudo e acreditar que luxo é tomar tubaína comendo cachorro-quente numa tarde de sábado. Quando crescidos, poderão vir pra cá, se assim o quiserem. Espero que eu já tenha mudado muita coisa nesse mundo até lá. Mas vou deixar o sorrisinho.
Nome Próprio
"Eu sou marcada, sim, mas faço valer cada uma de minhas cicatrizes."
A última frase é boa.
A última frase é boa.
Pontes de sonho

Eu não preciso ficar 40 minutos num ônibus para ir do centro da cidade à minha casa. Eu poderia, simplesmente construir uma ponte. O meu geógrafo favorito diz que sou o caos no que concerne a planejamento urbano. Ele tem razão. Minha idéia das pontes vem das minhas relações com as pessoas. Eu saio por aí construindo pontes. O curioso é que tenho um número limitado de tipos de ponte (isso porque, um dia, morrerei)e, uma vez contruída, a ponte não muda. É sempre a mesma. O que muda é a forma como caminho por ela. Algumas pontes são bem largas, mas sei que jamais poderei correr por elas. Outras são inclinadíssimas e me deixam deslizar ao contrário. Tem também aquelas pelas quais não posso evitar passar, ou as que enfeitei com umas flores bonitas. A minha preferida é a que me dá lar. Mas o meu lar é sempre relativo.
O livro
O que eu quero mesmo é um livro do estilo "Como salvar o mundo em três passos fáceis". Tristemente, acredito que não seria um sucesso de vendas. Vai ver, fosse melhor assim...Menos chances de alguém pior intencionado ler (note aqui como supervalorizo minhas intenções).Mas se mais gente lesse,maior seria a chance de alguém bem intecionado descobrí-lo. É uma situação difícil. Não vou escrever esse livro. Ao menos não com esse título. Sou uma covarde mesmo.
terça-feira, 22 de julho de 2008
Smashing
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Estou embaraçada por você. E não é de uma forma boa. É "embaraçada" no sentido envergonhada...Ai,ai...Se eu o conhecesse, preferiria não conhecer.

Há um caixa de supermercado. Há uma pessoa sendo atendida. Há 3 pessoas atrás dela.
Uma atendente dirige-se ao caixa ao lado, antes fechado: "O próximo,por favor?"
Qual a dificuldade em compreender que "o próximo" é a pessoa imediatamente após a que está sendo atendida no primeiro caixa???
E vejo os últimos da fila correndo para o novo caixa...
Às vezes, sinto-me feliz por não ter uma metralhadora. Ou algo pior...Como um tubo gigante de pasta de dentes!Ou de tinta ácida...
Marcadores:
necessárias mudanças
A inversão de valores e os taxistas da minha rua
- Porra!!O cara me vira e fala "Cê num tem costa quente bosta nenhuma!!"!!!
- Sério?
- Juro!!Porra!!Daí eu falei:"Claro que tenho!!Me leva pra delegacia pru cê vê!"
- E ele?
- Ficô quieto,né?Tava me falando merda...
- Sério?
- Juro!!Porra!!Daí eu falei:"Claro que tenho!!Me leva pra delegacia pru cê vê!"
- E ele?
- Ficô quieto,né?Tava me falando merda...
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necessárias mudanças
domingo, 20 de julho de 2008
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Fósforo
Nasceste árvore. Cortaram-te. Levaram-te para longe. Picaram-te em pedacinhos bem pequenos. Colocaram uma coisa estranha em uma de suas extremidades. Ficaste numa caixa pequenina, fria e escura. Tudo para que pudesse iluminar o mundo, queimando por poucos segundos. Abriram a caixa. Escolheram-te.É a tua hora.Um movimento rápido e tu sentes que pegas fogo. Então vem um boboca, assopra-te e acaba a brincadira.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Em vossa homenagem
Para vosso deleite, cantarei uma canção:
rá rá rá rá rá rá rá rá ram ram...
hum hum hiiiiii hu hó hammmm ...ha ha ham há....
É triste,eu sei,mas é real.
rá rá rá rá rá rá rá rá ram ram...
hum hum hiiiiii hu hó hammmm ...ha ha ham há....
É triste,eu sei,mas é real.
Adeus sem adeus
De tanto querer soltar-se,soltaram-no. E aquilo doeu.
Pra onde foram as palavras e afagos?E o futuro bom?O que foi feito da necessidade?Que não tenham ido para sempre...Doeria...Dói.
Pra onde foram as palavras e afagos?E o futuro bom?O que foi feito da necessidade?Que não tenham ido para sempre...Doeria...Dói.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
E daí?

Tarde fria de julho. Você fez arroz doce para a netaiada. Os mais novos correm, enquanto os outros conversam na cozinha, perto do fogão à lenha. Seu rosto, mãos,corpo têm rugas profundas e você sente-se cansado de alguma maneira. Procurando um álbum de fotografias para mostrar às filhas, você encontra uma caixinha e algo se lhe apaga.
Minutos depois, a neta caçula pergunta:
"Vovó, estes são todos os seus amigos? E por que estas cruzinhas aqui?"
E você sente o que é ser pó. Aqui, bem aqui, neste pequeno momento, eu lhe pergunto: olharia para o passado e desejaria que tivesse sido diferente?
quinta-feira, 3 de julho de 2008
A beleza e as escolhas
-Como é que pode um cara tão feio namorar tantas meninas bonitas?O que é que ele tem??
-Bom gosto para mulheres!
-Bom gosto para mulheres!
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