Um bocado de palavras para o mundo que insiste em não ver. Avassaladoras pretensões. Um tanto de hipocrisia. Bolhas de sabão. Sorrisinhos. Ironias. Amores. Tudo com açúcar colorido.
domingo, 16 de outubro de 2011
Maracujá
Noite fria e chuvosa. Calçou os chinelos e percorreu a calçada que a separava do interior da casa. Abriu a geladeira e serviu-se de um copo de suco de maracujá gelado e bem azedo. Caminhou de volta ao quarto, pensando na infinidade de afazeres que tinha vida à frente.
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sábado, 13 de agosto de 2011
Encanto
O cintilar dos olhos dela, ao atravessar a rua, cabelos esvoaçantes. Num segundo, soube que era ela, e somente ela, quem não tinha medo.
Teria lhe dado tudo. Teria o feito transpirar, respirar pesadamente, emocionar-se, morrer de encantamento. Teria o tido para si e abusado de cada nota. Com ares de divindade, teria o enfeitiçado, usado, enganado, violentado. Teria o feito sangrar e suspirar noite adentro buscando a saída. Teria o feito fechar os olhos, inebriado por seu perfume. Teria o acordado no meio da noite com um beijo. Teria o deixado caminhar de olhos cerrados à beira do despenhadeiro, seguro.
Teria.
Teria mostrado-lhe todas as faces da verdade e do engodo.Os percalços dos que vêm e vão, dos que acreditam e dos que padecem.
Mas veio o outono, e ela se foi.
Teria.
Teria mostrado-lhe todas as faces da verdade e do engodo.Os percalços dos que vêm e vão, dos que acreditam e dos que padecem.
Mas veio o outono, e ela se foi.
sábado, 4 de junho de 2011
Ménage
Não me venha com puritanismo e falta de imaginação.
http://youtu.be/hcgtTrMBMEU
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Since you took your love away
Sou, sempre fui, interiorana. Não gosto das grandes agitações, das comemorações vazias, da diversidade insistente do anonimato.
Sou feliz de uma maneira muito simples: um trabalho que resulte em boas ações, gente honesta e disposta, trufas gostosas, tempo frio, ar limpo.
Mas tem algo faltando. Já olhei entre os isqueiros e as bics, mas não vi nada.
Continuo.
Sou feliz de uma maneira muito simples: um trabalho que resulte em boas ações, gente honesta e disposta, trufas gostosas, tempo frio, ar limpo.
Mas tem algo faltando. Já olhei entre os isqueiros e as bics, mas não vi nada.
Continuo.
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domingo, 13 de março de 2011
Meus orgulhos
Meu orgulhinho loiro vai morar em Caraguatatuba. Vai ficar menos rosa e mais jambo, vai viver de porção frita e água de coco. Que tenha uma casinha fresca e me convide pra ver peixinhos.
Meu orgulhinho escuro foi morar lá pras bandas de Limeira. Vai criar marca de havaianas e ganhar uma pancinha. Que aproveite os bons anos e me convide pra ver seus coleguinhas de sunga.
Carnaval
Findou-se o Carnaval.
A luz apagou, a festa acabou, o povo sumiu.
Todo Carnaval tem seu fim.
Mas em Piedade, é melhor ser alegre que ser triste.
“Canta, canta saracura
Que seu canto é esperança, guardada no coração,
De que o progresso venha leve como a pluma,
E não manche essa cultura feita com calos nas mãos.”
A luz apagou, a festa acabou, o povo sumiu.
Todo Carnaval tem seu fim.
Mas em Piedade, é melhor ser alegre que ser triste.
“Canta, canta saracura
Que seu canto é esperança, guardada no coração,
De que o progresso venha leve como a pluma,
E não manche essa cultura feita com calos nas mãos.”
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Beatriz
Quanto a mim...
O amor passou.
Peço que não faça como a gente vulgar,
Que não me volte a cara quando passe por si,
Nem tenha de mim uma recordação
Em que entre o rancor.
Fiquemos, um perante o outro,
Como dois conhecidos desde a infância,
Que se amaram um pouco quando meninos,
E, embora na vida adulta
Sigam outras afeições, conservam sempre,
Num escaninho da alma,
A memória profunda do seu amor antigo e inútil
Texto "Cartas de Amor" de Álvaro de Campos
Extraído do show Imitação da Vida - 1997
O amor passou.
Peço que não faça como a gente vulgar,
Que não me volte a cara quando passe por si,
Nem tenha de mim uma recordação
Em que entre o rancor.
Fiquemos, um perante o outro,
Como dois conhecidos desde a infância,
Que se amaram um pouco quando meninos,
E, embora na vida adulta
Sigam outras afeições, conservam sempre,
Num escaninho da alma,
A memória profunda do seu amor antigo e inútil
Texto "Cartas de Amor" de Álvaro de Campos
Extraído do show Imitação da Vida - 1997
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