sábado, 24 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

Eu não gosto da Copa. Eu torço contra. Eu acho tudo tão vergonhoso. Eu posso ser desagradável falando sobre o tema.


Por uma vida sem vuvuzelas, patriotismo sazonal e feriados insanos.

Zido


Na Copa de 98, meu pai trouxe para casa um cachorro meio marrom, muito estranho. Ele ainda era um filhotinho e estava coberto de sarna e cheio de vermes. Da primeira vez que tomou banho, pareceu-me que eu estava segurando um sapo com pelos. Eu tinha 13 anos e adorava cães.

Meu pai disse que ele era um último de uma ninhada de 8 filhotes. A mãe, uma pastora alemã, dera cria lá perto da roça e acabara sendo atropelada e morrendo. Sem mãe, os frágeis filhotes morreram logo. Só aquele sobrevivera.

Como tínhamos acabado de adotar um filhote da cachorra da vizinha, o Roliço, tive que implorar para ficarmos com ele também. Ficamos. O Brasil perdeu na final e o cachorro recebeu o nome de Zidane.

Passei noites carregando o Zidane na cozinha, já que ele chorava muito e meu pai não era grande simpatizante de choros no meio da madrugada.

O Zido cresceu e se tornou um cachorro legal. Ele era meio bobo, mas era alegre e agitado. Eu queria ser como o Zidane.

Das peripécias, lembro que comeu uma cueca do meu irmão, roubou maçãs, matou frangos, quase me derrubou uma dúzia de vezes, jogou futebol, escapou e tomou banho no rio,teve a pálpebra rasgada pelo espinho de um ouriço, teve muitos bernes, teve casos, teve raros banhos, teve afagos,teve conversas. Depois ficou velhinho e teve osteoporose. Nunca mais correu daquele jeito ensandecido, com a língua de fora. No dia em que fez 12 anos, meu pai o encontrou morto pela manhã.

Sinto falta dos olhos mais felizes que já vi.

From Before sunrise

O aniversário da Li


Li, pra você um aniversário bem bonito, cheio de sensações estimulantes, pessoas que fazem não querer dormir nunca mais, pessoas que fazem querer dormir pertinho,morango com chocolate, massagem nos pés, Mônica Salmaso ao fundo, cheiro de praia, velas, rede, brinquedos antigos, blusa xadrezada, vento do metrô, abraços. E cores do Holi.

Mesmo com mais de mês de atraso.

Além de flocos, ainda existe o de morango, limão, pistache, creme...

Este blog anda às moscas. Coitado. Meu tempo não tem sido o suficienete para me dedicar como deveria a este espaço. E o que é mesmo que eu queria quando criei isto? Ah! Queria mostrar beleza, segundo minha concepção de beleza, queria fazer ver. Só que mostrar beleza demanda muito mais esforço do que aparenta. Na pressa, vão só umas tirinhas, músicas lindas que meus amigos mais dedicados garimpam e me mostram.

Sinto falta de acabar com esta grande necessidade de escrever que me consome todas as noites. É uma vontade que assemelha-se muito à necessidade de comer um doce depois do jantar...Mas é de tal forma acentuada, que o não escrever me deixa mal humorada e torno-me rasa. E não há no mundo nada que me desagrade mais do que sentir-me rasa.

A começar do princípio, abandonei um mestrado quase concluído porque eu não amava aquela vida. Depois de trabalhos inusitados (nada de sexo, já acabando com as esperanças dos mais criativos), tornei-me recreacionista. Hoje passo os dias preparando e aplicando atividades lúdicas e educativas numa escolinha bem longe de casa. É um trabalho muito bacana, visto que sempre preferi as crianças às rodas científicas (sim, eu prefiro falar de dragões e pó mágico do que de termorregulação...Mas não se trata de um desmerecimento, claro). Ensinar sempre me foi um prazer. Olhando a vida, percebo que em cada época, as atividades nas quais me saí melhor foram aqueles relacionadas ao ensino. Claro, eu poderia ensinar e ter um mestrado.Mas, sabe?, eu não queria.